Capítulo 16

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A felicidade é uma borboleta
Tento capturá-la todas as noites
Ela escapa das minhas mãos na luz da lua
Todos os dias são como uma canção de ninar
Eu as cantarolo no telefone, tipo, todas as noites(...)
Se ele é um assassino em série, então o que de pior
Que pode acontecer a uma garota que já está machucada?
Eu já estou machucada
Se ele é tão ruim quanto dizem, então acho que estou amaldiçoada
Olhando nos olhos dele, acho que ele já está machucado
Happiness Is a Butterfly - Lana Del Rey


BETHANY CÓRDOBA

Juan Guilherme havia acabado de sair de dentro de mim e eu permaneci deitada na cama.

Após vestir sua cueca e calça, ele se sentou em uma das poltronas perto da janela do quarto e se dedicou a me observar sem vacilar. Eu devolvia seus olhares na mesma intensidade, atentando-me e buscando entender qualquer recado que pudesse me ser dado através de seus olhos.

Eu estava nua e confesso que em certo momento fiquei envergonha com minha nudez e tratei logo de cobrir minha nudez com o lençol.

— Não esconda de mim, o que me pertence. — Disse rapidamente, porém calculando cada palavra.

Levantei a mão e apertei o lençol mais forte contra meu corpo.

— Meu corpo não é seu. Ele pertence exclusivamente a mim. — Ele não questionou, porém, balançou a cabeça em desaprovação.

Alcancei o controle da televisão e a liguei. Eu precisava urgente de algum entretenimento para não devorar meu marido com os olhos, assim como ele estava o fazendo comigo. Todas as definições modulares da sua barriga e de seus braços, a cor azul intensa de seus olhos fixados em mim, a maneira despojada que se sentou na poltrona e toda aquela masculinidade estavam me tirando do sério. Nosso primeiro sexo havia sido bom, mas o de hoje, tinha sido surreal. Todos os toques e posições, o eu te amo que ouvi e aqueceu meu coração, me fizeram estar pronta a amá-lo mesmo que a frase dita fosse apenas um devaneio por conta do prazer que estávamos sentindo. Eu o desejava com tamanho desespero, a ponto de ter implorado que me penetrasse. Tamanha era a necessidade de que ele me tocasse. Necessidade antes desconhecida por mim. E mesmo que tenhamos acabado de estar juntos, se ele pedisse ou tomasse a iniciativa sobre fazermos sexo novamente, eu o receberia sem reclamar.

Me obrigando voltar da minha exorbitante reflexão e expulsando tais pensamentos, voltei meus olhos para a direção da televisão, porém, vez ou outra eu o fitava disfarçadamente, percebendo que ele ainda mantinha seus olhos repousados em mim, como se quisesse me dizer algo. Algo que eu estava louca para descobrir o que era.

Mesmo devolvendo os olhares de meu esposo disfarçadamente, eu estava ficando envergonhada. Eu nunca havia sido dissecada com tamanha intensidade e insistência, e com toda certeza minhas bochechas estavam avermelhadas, pois eu já sentia meu rosto começar a ficar quente.

— Eu aceito. — Informou Juan Guilherme, atraindo minha atenção para si.

— Você aceita o que? — Perguntei entre um bocejo, depois de tirar meus olhos da televisão e encarar meu marido sem disfarces.

— Tentar. — Respondeu com a voz grave e rouca.

Levantei minha cabeça antes repousada no travesseiro e deixei bem transparente a histeria que estava se formando em mim. Porém, perguntei novamente, pois eu não queria criar falsas expectativas.

— Tentar o que? — Desta vez meu timbre soou agudo por conta da emoção que se instalou.

— O casamento. — Concluiu baixo.

Alcance de Seus Olhos - Série Aviesta Cyviliestión | LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora