Capítulo 3

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"Quando você sentir meu calor
Olhe nos meus olhos
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem
Não se aproxime muito
É escuro aqui dentro
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem"
Demons, Imagine dragons

JUAN GUILHERME

Mal havia acordado e já estava pensando nela.

A maneira como ela estava brilhantemente linda, e aquele beijo mágico e doce tiveram o poder de me roubar completamente o juízo. Foi um balsamo para mim.

Muitas vezes, me peguei tentando entender de onde tinha vindo tanta beleza, serenidade, gentileza e brilho. E a verdade, é que mesmo depois de tantos anos não descobri. As mulheres da cytión, no geral, exalavam glamour, entretanto, com Bethany era diferente. O que a destacava não tinha nada a ver com estética, e sim, com os sentimentos que ela emanava.

Tudo nela parecia ser puro e aquilo me encantava.

Desde que o conselho determinou que deveria me casar com Bethany, em no máximo quinze dias, sem mesmo ela ter completado vinte e um anos, eu me perdi em um ponto de raciocínio que sempre me levava à estaca zero. O que eu iria fazer? Qual seria meu ponto de partida? Passei anos esperando o momento da vingança, planejando cada detalhe, para agora me surgir esse bloqueio. Se fosse a anos atrás, no momento em que eu ainda estava consumido pelo ódio, talvez não fosse necessário pensar muito para que eu causasse todo o mal possível para aquela moça, mas depois de tanto tempo observando-a de longe e me apaixonando em silêncio, seria difícil cumprir a promessa de fazê-la infeliz para de alguma maneira atingir seu pai.

Eu já havia lidado com muitas merdas na vida, entretanto, o sentimento que se instalava em meu peito em relação a Bethany, era algo que definitivamente estava me deixando inquieto, quase a ponto de me enlouquecer.

— Quem é? — Questiono ao ouvir batidas na porta, que me tiraram de meus pensamentos.

— Sua avó. Posso entrar?

— Entre. — Autorizo e ela o faz.

— Oi meu bem, como você está? — Sua voz soa melosa.

— Muito bem e você?

— Ótima. — Sorriu — Como foi ontem?

— Bem. —Minto.

— Falou sobre o casamento com a fedelha?

— Não.

— Não vai me dizer que... — Franziu a testa — Você desistiu da vingança?

— Claro que não. Apenas tive um momento de esquecimento. — Dei o meu melhor na resposta, embora estivesse tentado em dizer que sim, eu queria evitar seus sermões. Sua expressão mudou de empolgada para duvidosa. — Parece que a grande Hermínia Córdoba, matriarca da família, está duvidando que farei vingança. Estou certo?

— Deveria duvidar? — Arqueou as sobrancelhas.

Fico em silêncio, mas, sabendo que não poderia o estender por muito tempo, caso contrário em poucos minutos minha avó me azucrinaria lembrando outra vez sobre a morte de meu pai e minha promessa de vingança.

— Se você ousar desistir, eu juro que... — Dou as costas a vovó e suspiro aliviado, quando mamãe entra no quarto e interrompe o discurso da matriarca.

— Filho, seu motorista está te esperando para te levar ao local da reunião.

— Rubia, você continua como sempre; enxerida do caralho! — Hermínia não se preocupava em esconder que não gostava de minha mãe, pelo contrário, sempre que sobrava oportunidade, ela se dedicava a infernizá-la.

Alcance de Seus Olhos - Série Aviesta Cyviliestión | LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora