Capítulo 15

351 46 42
                                    

Tenho tentado muito não entrar em problemas, mas eu
Eu tenho uma guerra em minha mente
Então, eu apenas sigo em frente
Apenas sigo em frente
Morrendo jovem, e eu estou jogando duro
É assim que meu pai fez de sua vida uma arte
Beber o dia todo, e nós conversamos até escurecer
É assim que os motoqueiros fazem, de manhã
Até escurecer
Não me deixe agora
Não diga adeus
Não dê as costas
Ride - Lana Del Rey


JUAN GUILHERME 

— Vai ficar por mais quanto tempo sem falar comigo? — Perguntei depois de estarmos a mais de uma hora no mesmo quarto, sem trocarmos nenhuma palavra.

Eu precisava que ela pelo menos gritasse comigo. Eu necessitava ouvi-la.

Ela deu de ombros.

A campainha soou.

Levantei e fui até a porta atendê-la.

— Trouxe as malas que me pediu. — Disse Alexander, sem rodeios, indicando para que eu as pegasse.

— Que ótimo. — Peguei os dois volumes e os coloquei no canto da parede ao lado da porta, conferindo minha esposa discretamente. Ao vê-la da mesma maneira, sai para fora e encostei a porta em seguida. Eu precisava conversar com Alexander e não seria prudente que ela nos ouvisse. — O que aconteceu mais cedo foi uma merda. Então espero que já tenha algo para mim.

— Investiguei o acontecimento, mas não tenho nada concreto por enquanto. — Declarou ele.

— Mas já tem pistas? — Perguntei impaciente.

— Observei alguns corpos e puder perceber claramente nas características dos ferimentos que as artimanhas usadas para mata-los tem total igualdade com nossas técnicas de execução. — Enrijeceu o cenho. — É bem difícil acreditar que alguém fora da cytión saiba usar esses tipos de técnicas.

— Ou seja, temos um traidor na cytión? — O interrompi e completei seu raciocínio.

— Exatamente. — Concluiu firme. — Inclusive, sinto-me no dever de pedir para que tome o máximo de cuidado possível chefe. — Fez o alerta.

— Recebi uma mensagem de um número confidencial. — Revelei, peguei meu celular e entreguei a ele. — Faça uma visita ao delegado. Tenho certeza que ele ajudará com isso. Aproveite e diga a ele para limpar a bagunça no jardim da minha propriedade.

— Você não acha que seria prudente ir para sua casa? — Questionou-me, parecendo verdadeiramente preocupado. — Ficar nesse hotel é um pouco arriscado. Principalmente depois que a mídia descobrir sobre o que aconteceu e souber onde estão.

— Sei disso, mas ainda preciso de privacidade com minha esposa. — Menti em partes, pois, além do motivo que eu havia mencionado, também pretendia ficar o máximo possível distante de minha avó, porque sabia que assim que tivesse oportunidade, ela me cobraria.

— Entendo.

— E sobre os foggianos. Alguma informação nova?

— Sinto até raiva em falar sobre isso.

— Porque?

— As notícias que consigo são sempre as mesmas. Não chego a nenhuma informação nova. — Franziu a testa. — A pessoa que está infiltrada domina muito bem a arte da espionagem e sabe como não deixar rastros.

— Os foggianos são bons, mas os Espanhóis são mil vezes melhores. Então casse-o que hora ou outra ele aparecerá. — Girei a maçaneta da porta e a soltei. — Assim que terminar com meu telefone, leve-o até minha casa e deixe-o com meu irmão. Quando descobrir em nome de quem está registrado o número da mensagem, eu quero ser o primeiro a saber. — Ditei a regra.

Alcance de Seus Olhos - Série Aviesta Cyviliestión | LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora