Capítulo 10

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Sob o implacável céu rico

Estou nas alturasSenti você passar por mimVocê é algo que eu invocoMeu objetivo persistenteEnviado para fazer-me sentir enjoada

E oh, é difícil agora

Com o tempo, vai dar tudo certo

(...)

Todos os tigres estão soltos

Não importo, ouço-os rugirEu os deixo cansadosVocê pode me ajudar a não me importar?Cada respiração se torna uma oraçãoTire essa dor de mim

Ah, você está tão longe agora

Tão longe dos meus braços agora

(...)

Só porque eu previ isso

Não fica mais fácil de conviver com issoE qual a importância de saberSe você não pode mudar? Você não pode mudar, não podeSó porque eu previ issoNão fica mais fácil de conviver com issoE qual a importância de saberSe você não pode mudar? Você não pode mudar, não pode (To Be Human - Sia feat. Labrinth)



          Era estranho estar de volta àquela casa. Parecia que fazia séculos que eu não entrava lá. O medo começava a me controlar, minhas pernas tremem assim que eu saio do carro. Solto Albert que vai correndo até o estábulo cumprimentar Gilliam com seus latidos alegres. Eu me despeço da minha tia vendo em seus olhos nada além de tristeza.

          — Lembra da minha promessa, anjinho. — ela fala me mandando um beijo.

          Sorrio para ela e concordo com a cabeça. Pensava nessa promessa todos os dias dentro dessa mansão. E então ela vai embora me deixando sozinha no meu pior pesadelo. A casa estava silenciosa demais e era um sábado à tarde, e nesse horário a casa nunca estava silenciosa.

          Subo a varanda, que no silêncio rangia sob meus pés de forma assustadora, e vejo um papel branco pendurado na porta. Pela letra extravagante eu já sabia que era a madrasta.

          "Crystal

          Nós saímos para fazer compras, junto desse bilhete tem sua lista de obrigações."

          Nesse momento eu não sabia se me sentia feliz que elas não estavam em casa ou triste porque Mary não estava e que depois, quando elas chegassem eu teria sacolas e mais sacolas cheias de coisas para guardar. Solto um suspiro cansado.

          Quando pego a minha lista de tarefas nem me espanto com o tamanho dela, duas folhas, e sim, frente e verso. Pego minha chave da mansão que estava dentro do bolso da saia e abro a porta. Eu tinha todas as chaves da casa menos a do sótão.

          Assim que me deparo com a sala percebo que Annie tinha dado uma festa, e uma das grandes, com certeza cheia de adolescentes bêbados e se enfiando em qualquer quarto que via pela frente. Os copos plásticos jogados em todos os cantos junto com confetes e serpentinas que se juntavam nos cantos da casa, e todos os móveis fora do lugar não deixavam dúvidas serem resquícios de uma grande festa. Então realmente eu ia estar cheia de tarefas. Deixo minhas coisas no quarto, troco de roupa, prendi meu cabelo em um coque bem apertado e vou fazer minhas tarefas.

Para Ser CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora