Capítulo 18

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Então siga, siga o sol 

A direção dos pássaros

A direção do amorRespire, respire no ar

Cuide deste momentoAme esta respiração

Amanhã é um novo dia para todos

Uma nova lua, novo sol (Follow The Sun - Caroline Pennell)

          Tudo para mim sobre o tempo que eu havia ficado no porão era um enorme borrão

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          Tudo para mim sobre o tempo que eu havia ficado no porão era um enorme borrão. Ainda sentia minha cabeça doendo e minha garganta seca. Sinto que estou deitada em um lugar muito macio que não poderia ser as duas almofadas que eu havia achado no sótão. E além disso não estava sentindo o familiar cheiro de poeira e mofo do sótão. Ao invés disso sentia um cheiro... Limpo como se o ambiente em que eu estava tivesse acabado de ser limpo, e como se trazido pela brisa leve um cheiro de flores e grama recém cortada.

          Meus olhos se abrem lentamente, e demora um pouco para eles se acostumarem com a luz para assim focarem onde eu estava.

          Era um quarto muito grande pintado de branco e dourado, tinha uma grandiosa janela à minha frente por onde a luz do sol entrava junto com a brisa e dava para ver um pouco de um jardim verde e bem cuidado e logo atrás um grandioso muro. Onde eu estava? Ao olhar para cima eu conseguia ver um dossel branco que caia nos quatro cantos da cama e mais à frente um lustre dourado com formato de galhos com pedras brilhantes, parecia uma árvore de diamantes que crescia no teto.

          Do meu lado direito tinha algo como um cabide de ferro que segurava soros que eram conectados por finos tubos que chegavam até uma agulha que estava enfiada em minha mão. E do meu lado esquerdo tinha Jackson sentado em uma poltrona branca com um livro no colo e vários outros espalhados pelos pés da poltrona e na pequena mesinha ao seu lado, tinha pelo menos uns três montes com cinco ou seis livros cada.

          Ele estava com a cabeça deitada em um dos braços da poltrona, cochilando suavemente, seu cabelo estava todo desarrumado e seu terno completamente amarrotado. Mas, mesmo assim, ele não poderia estar mais bonito.

          Jackson abre seus olhos se espreguiçando e se depara comigo o olhando. Ele me encara no fundo dos meus olhos, como se assustado, eu ainda me perguntava se eu estava sonhando, eu havia saído de lá? Eu abro um pequeno sorriso, feliz por estar vendo o rosto de uma pessoa que confiava.

          — Crystal? — Jack sussurra se levantando com um pulo da poltrona fazendo com que os livros em seu colo caíssem em cima de um dos montes de livros que também desabaram.

          Sentindo que minha garganta não ia cooperar comigo eu apenas aceno com a cabeça e abro mais o sorriso.

          Ele passa as mãos pelos cabelos, como se tivesse dificuldade em acreditar que eu estava ali, acordada, eu também estava com essa mesma dificuldade. Uma lágrima de alívio deslizou pela minha bochecha.

Para Ser CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora