Capítulo 15

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Não estou surpreso

Nem tudo dura

Parti o meu coração tantas vezes

Eu parei de contar

Me convenço

Deixo pra lá

Fico completamente estressado

E depois me decepciono

Eu tentei tanto não pirar

Eu criei um milhão de desculpas

Eu pensei que tinha pensado em todas as possibilidades

(Haven't Met You Yet – Michael Bublé)





          — Jackson!? — Mary fala surpresa ao meu lado

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          — Jackson!? — Mary fala surpresa ao meu lado. — Isso sim é inacreditável. Ou será que ele tem um irmão gêmeo? — ela tenta me fazer rir ao ver a minha cara de espanto.

          Eu ainda estava em choque, como eu pude ser tão burra? Ele deu todas as pistas possíveis para eu pelo menos cogitar essa possibilidade, pelo menos imaginar que ele era alguém possível de ser o príncipe! Mas, não! Para mim, Jackson Wild nunca seria o príncipe, mas ali estava ele, príncipe Jackson Darlington Watson Moore.

          — E como primeira dança o príncipe Jackson irá valsar com sua futura esposa, a princesa Margareth Snow Carrieworth do reino de Emerald.

          Eles descem até o salão e a música começa a tocar. Com movimentos graciosos eles dançam como se estivessem flutuando entre as nuvens, preenchendo quase que todo o espaço da área destinada à dança. E apenas agora consegui distinguir que a realeza eram as únicas pessoas que não utilizavam máscaras.

          A princesa Margareth tinha a pele negra como a noite, cabelos compridos em muitas trancinhas na mais profunda cor preta, que estavam presas em uma linda trança cheia de pedrinhas brilhantes. Dava para perceber que era uma princesa por causa da coroa extravagante e das vestes roxas reais, ricamente cravada de pedras que só poderiam ser preciosas. Sua saia era realmente volumosa, cheia de pano, eu não aguentaria ficar andando com essa quantidade de tecido presa em mim, e mesmo assim, ela valsava com elas como se fossem feitas de ar.

          Só naquele momento eu percebi que não conhecia aquele Jackson. Ele era o príncipe de Evermoore, não o meu melhor amigo, o popular da escola. O príncipe estava dançando completamente sorridente, ele gostava de estar lá, ele gostava daquela atenção, de estar com a sua noiva. A música acaba e começa outra em um ritmo mais animado, uma valsa em allegro.

          Todos começam a achar um parceiro e se posicionam como se tudo tivesse sido coreografado no salão. Mary ao meu lado é convidada para dançar e sai sorridente, antes olhando para mim com um sorriso frágil, articulando com os lábios "Depois conversamos", e então ela foi parar no meio daquela confusão de pessoas mascaradas e tecidos ricos e brilhantes. Vejo alguns garotos se aproximando de mim, mas sigo em outra direção. Não estava no clima para dançar alegremente neste grande salão. Tudo parecia estar girando e comecei a me sentir pequena, esmagada, perdida naquela grande multidão que parecia mais massiva agora.

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