Capítulo 17

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Se eu pudesse voar, eu estaria voltando direto para casa, pra você

Eu acho que eu poderia desistir de tudo, é só me pedirPreste atenção, eu espero que você escute porque eu abaixei minha guardaAgora eu estou completamente indefeso

Somente para seus olhos, eu vou mostrar meu coração

Para quando você estiver sozinha e esquecer quem você éEu estou sem a metade de mim quando nós estamos separadosAgora você me conhece, apenas para os seus olhosSomente para seus olhos -  If I Could Fly - One Direction


Jackson

          Assim que Crystal saiu do baile eu voltei para meu lugar ao lado do meu pai, tentando esboçar ao máximo o príncipe que desejavam que eu fosse.

          — Quem era ela? — o rei pergunta, dava para perceber em seu tom de voz que ele estava irritado pelo que tinha feito.

          — Minha amiga. — respondo olhando para todos que dançavam e circulavam no salão abaixo.

          Ele me lança um olhar de desaprovação e eu apenas reviro os olhos me sentando na enorme cadeira que tinha no camarote e olhando para o lustre gigantesco no topo do salão. Fiquei olhando para ele até sentir meus olhos arderem por sua forte iluminação. Tudo que eu conseguia pensar naquele momento era Crystal e na sensação que foi ter ela nos meus braços enquanto dançávamos no salão. Um leve sorriso se abre no meu rosto e por um instante, enquanto revivia aquela memória parecia que estava tudo mais do que bem.

          No dia seguinte, uma segunda-feira, meu pai me proibiu de ir para a escola, agora que já sabiam que eu era um príncipe era melhor eu ficar trancado aqui, rodeado pelos muros do castelo. Ele me deu várias coisas para fazer enquanto estava lá, algumas achei meio desnecessárias, mas quem era eu para bater de frente com o rei?

          — Sua amiga é realmente gata, não sei como você não deu uns amassos nela ainda. — Matthew, agora designado a ser meu segurança, fala enquanto retirava alguns livros da minha mesa.

          — Por que ela é minha melhor amiga!?! — eu me espreguiço, e pelo jeito que minha voz saiu parecia que eu estava tentando convencer mais eu mesmo do que ele.

          — Dava para perceber ontem... — ele fala se referindo à valsa me olhando com um grande sorriso no rosto. — Além do mais achei ela simpática, na verdade quase um anjo... Você tem noção de que ela cumprimentou todos naquele salão! Ela parecia mais a anfitriã do baile do que você e seu pai juntos. — ele traz mais livros. — Quando ela volta?

          Dou uma risada muito falsa para ele e abro um livro.

          — Nem eu sei. — suspiro tristemente, não sabia como poderia ver Crystal de novo, e não saber disso me deixava ansioso, triste, irritado... enfim, uma grande mistura de sentimentos.

          De noite tentei mandar uma mensagem para ela, mas não foi nem recebida. Tentei ligar e não deu em nada. Comecei a ficar preocupado, da última vez que isso aconteceu ela tinha ficado presa na mansão onde era feita de escrava por sua madrasta. Será que ela estava presa naquele sótão que me lembro que a mera menção dele a fazia tremer? Será que ela estava precisando de minha ajuda?

          Torci para que não fosse nada, que ela estava ocupada e com o celular desligado ou sem bateria, mas que ela estivesse bem. Porém sentia que isso não era verdade, e contar essas mentiras para mim mesmo não ajudou em nada.

Para Ser CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora