Sento-me em frente ao balcão da cafeteria. Logo após, respiro fundo para sentir aquele aroma gostoso que inundava o ambiente.Que cheirinho bom.
Desde que mudei para o Méier e passei a frequentar o estabelecimento do seu Osvaldo, nunca mais fui em outro lugar, tomar café da manhã.
Tudo alí era divino. A comida. O ambiente era simples, mas muito convidativo e aconchegante. Além disso, seu Osvaldo era um sujeito super gentil e simpático, e isso cativa os fregueses. Tanto, que me tornei cliente assídua de seu estabelecimento.
- Bom dia, menina. - O homem pequeno e magro, de cabelo grisalho e óculos de grau meia-lua, saudou-me com um sorriso no rosto, por detrás do balcão de vidro, onde dúzias de docinhos delicados, tortas e bolos nos mais variados tamanhos, eram expostos em pratos vermelhos e brancos - Aqui está seu cafézinho preto e sem açúcar. - Seu Osvaldo depositou a xícara na minha frente.
- Bom dia...- digo lhe retribuindo o sorriso afável -...obrigada - agradeço pegando a xícara. Depois levo até os lábios e bebo um pequeno gole.
- Você vai querer aquele bolo de chocolate? - indaga, com um sorriso maroto.
Isso era covardia do seu Osvaldo, ele sabia que eu amava seus bolos e que jamais recusaria.
- Hum...deixa eu ver - coloco o dedo no queixo e finjo pensar - Mas é claro que quero. Isso é pergunta que se faça seu Osvaldo.
Ele riu.
-Já estou trazendo. - falou já entrando no corredor que levava a cozinha.
Numa passada rápida de olhos, percebo que além do senhor sentado numa mesa e eu, não havia mais ninguém na cafeteria. Normalmente nesse horário era assim mesmo. Ainda era muito cedo para a chegada da multidão de trabalhadores... turistas.
O senhor e eu, éramos os primeiros a chegar na cafeteria. Eu gostava de tomar meu café sossegada... tranquilamente, e pelo visto aquele senhor também. E isso não era possível depois das sete e meia da manhã, o fluxo de pessoas se tornava intenso.
Volto minha atenção para minha bebida. Tomo mais um gole e digo a mim mesma, que isso era tudo que precisava para começar meu dia.
Na noite passada, fiquei pensando em tudo que tinha que fazer assim que começasse a trabalhar com Tales. Mal consegui dormi. Nem sei como acordei cedo. Na verdade sabia, sim! Estava muito ansiosa... apreensiva, também. Sentia um frio na barriga, por conta desse encontro de hoje à tarde com ele.
Nada havia mudado em relação a minha vingança. Nem mesmo, aquele beijo tinha me feito desistir do meu plano. Tales, tirou a vida de minha irmã e isso era um fato que não podia ser apagado ou esquecido.
Precisava me lembrar disso a cada segundo...a cada minuto...a cada hora... todos os dias enquanto estivesse perto dele. Isso, me ajudaria a me manter segura por conta das emoções que ele me despertava.
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Meias verdades... (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 3) (PAUSADO)
RomanceAmanda Martinez, viveu grande parte de sua vida em lares adotivos, onde passou por momentos difíceis, até descobrir que possuía uma meia-irmã. E quando achava que sua chance de saber o que é de fato ter uma "família" havia finalmente chegado, ela se...