Amanda Martinez, viveu grande parte de sua vida em lares adotivos, onde passou por momentos difíceis, até descobrir que possuía uma meia-irmã. E quando achava que sua chance de saber o que é de fato ter uma "família" havia finalmente chegado, ela se...
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5 meses antes de sua morte.
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O movimento estava calmo, por conta de ser segunda-feira. E não importa aonde fosse às segundas-feiras sempre foram lentas nos dias úteis para nós, cabeleireiras. Até agora, tinha feito três cortes e duas escova progressiva. Já não tinha mais nenhuma cliente marcada. Então, aproveitei esse tempo livre para organizar alguns produtos nas prateleiras, que ainda estavam nas caixas.
Estava totalmente distraída em meio aos meus pensamentos quando um voz escandalosamente familiar me chamou fazendo-me sobressaltar.
— Babieee...
Viro-me e na mesma hora um grande sorriso encheu meu rosto ao ver minha amiga e cliente número um.
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— Oi, Mi. — Digo lhe dando um abraço de urso que ela retribui com satisfação — que saudades... eu achei que você tinha me trocado por outra cabelereira. — mexo com ela, pois fazia um tempinho que aquela safada não aparecia por lá.
— Jamais trocaria você, nega... — falou naquele tom de voz alto, como sempre. Michele era demasiadamente gritona, mas esse era o jeito dela, espalhafatoso. Mas ela era autêntica, sincera e sem papas na língua, falava o que dava na telha e foda-se se a pessoa não gostasse — ... é que a grana estava curta, por isso que a beldade aqui... — ela apontou para si, dando uma voltinha se insinuando toda — ... sumiu, mas agora que entrou aquele graninha, não pensei duas vezes e corri para cá. Olhe isso está um horror — ela passou os dedos na raiz ondulada dos cabelos. Michele odiava seus cachos. Então, fazia escova progressiva. No início, tentei convencê-la a desistir da ideia, mas a maluca queira a todo custo alisar o cabelo. Fazer o quê. — Por favor, diga que tem um horário pra dar um trato nessa juba? — Ela choramingou, juntando as mãos em súplica com uma cara de cachorro abandonado, me fazendo rir.
