Como isso era possivel?Amanda era externamente sensual e desejável simplesmente comendo um bolo...
Meu pai! Toda vez que ela lambia o dedo sujo de chocolate, tinha que me controlar para não fazer o seu trabalho.
Definitivamente, estou enlouquecendo...
Neste exato momento, Amanda, fez uma careta quando o cacho rebelde se desprendeu do coque e caiu em seu rosto. Ela passou o dorso de sua mão para afasta-lo, pois seus dedos estavam sujos, mas não conseguiu. Meus lábios se abriram num sorriso diante dessa cena.
- Espere, eu te ajudo. - Digo já levando minha mão até seu rosto. Na mesma ora, ela ergueu a cabeça e me encarou nervosa, passando a língua pelos lábios.
Enrosco o cacho em meus dedos. "Era tão macio", penso. Depois coloco-o para trás de sua orelha, enquanto isso Amanda não mexeu um músculo se quer.
Afasto a minha mão, antes que cometesse a tolice de acariciar seu rosto. Sabia que se fizeste isso, corria o risco dela voltar a pensar o pior da nossa relação de trabalho. Não queria assustá-la, então, tentaria me controlar.
- Obrigada. - Ela agradeceu. Sua expressão era séria, seu olhar inexpressivo.
Amanda era uma mulher extremamente confusa de se entender. Num instante, ela se mostrava distante, fria, indiferente, na defensiva. No outro, ela era calorosa, divertida, se permitia abaixar a guarda e deixava transparecer abertamente suas emoções.
A prova disso, foi quando Nãna abraçou ela. No início parecia que estava agarrada a um caquito, cheio de espinhos, mas depois foi como se precisasse daquele abraço.
Confesso, que estava curioso para saber mais sobre ela, talvez isso me ajudasse a entender o porquê desse comportamente inconstante.
- Me fale um pouco sobre você, Amanda? - Pergunto enquanto colocava mais café em minha xícara.
Ela levantou o rosto e seu olhar encontrou o meu.
- Como?
Pude ver o nervosismo dela. A expressão dizia claramente: "Não quero falar sobre isso". Mas eu queria saber. Queria conhecê-la melhor.
- Você tem família? - Pergunto na intenção dela começar a falar, nem que fosse: sim ou não.
Ela largou o resto do bolo no prato, pegou o guardanapo e limpou a boca, depois os dedos. Depois voltou a me fitar. Seus olhos brilhavam com. o quê? Eu não tinha certeza. Ódio? Dor? Era como se eu tivesse tocado num assunto proibido.
- Você tem família? - ela devolveu minha pergunta num tom seco.
- Não - respondo, depois de beber um gole de meu café. - meus pais já morreram.
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Meias verdades... (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 3) (PAUSADO)
RomanceAmanda Martinez, viveu grande parte de sua vida em lares adotivos, onde passou por momentos difíceis, até descobrir que possuía uma meia-irmã. E quando achava que sua chance de saber o que é de fato ter uma "família" havia finalmente chegado, ela se...