Chapter 1

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Kim Taehyung
2020

O amor pode ter nuances. Aliás, pode ter várias delas o que o deixa muito mais colorido e divertido. O amor também pode ter várias caras, várias formas e por quê não, vários parceiros?

Eu sempre fui digamos monogâmico, ou seja, sempre tive um parceiro ou parceira por vez e sempre me satisfiz assim. Gostava de ter alguém só meu, mesmo que fosse por uma noite ou por mais.

Nunca pensei em dividir amor.

Nunca me vi num relacionamento de poliamor até aquele dia a qual a bendita festa da universidade mudou tudo para nós três. A fuga de um de nós quase nos levou a ruína, quase acabou com a amizade e o amor que surgiu entre nós.

Mas, a vida sempre nos surpreende sempre da melhor forma e quando a gente menos esperou, ela fez o favor de nos reunir novamente e dar a oportunidade que não tivemos antes e coube a nós apenas aproveitá-las da melhor forma e agradecer a dádiva que era nos amar em três.

Já fazia um ano que havíamos oficializado tudo. Um ano em que dividíamos não só a vida, mas dividíamos também o amor ou havíamos multiplicado ele por três? E olhando bem para os meus parceiros, que nesse momento estavam cozinhando algo alegremente, eu percebi que tudo começou na verdade quando eu tinha 7 anos e o primeiro deles entrou na minha vida com apenas 5 anos.

Jeon Jungkook.

Naquela época, nós só não podíamos imaginar a grande reviravolta que nossas vidas dariam e que nos trariam até aqui.

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Seul, julho de 2003

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Eu entendia pouco, aliás não entendia era nada e entendia menos ainda o porquê eu estava vestido todo engomadinho para ir até a casa do novo vizinho e essa falta de entendimento me fazia ter um bico enorme no rosto.

Odiava ser contrariado ou fazer as coisas contra a minha vontade.

Desde que a movimentação na casa ao lado começou, minha mãe ficou empolgada com o fato de ter um novo vizinho e eu não entendia o porquê. A única coisa que eu rezava era para que viesse um coleguinha legal para podermos brincar, andar de bicicleta ou jogar bola e que não viesse uma menina chata morar ali.

Sim, eu acho as meninas chatas, pois são choronas e possuem vozes melosas. Além de só gostarem de rosa e bonecas. Que graça tem aquilo?

Enquanto penso nisso, eu me comporto como toda criança obediente: estou sentado no sofá da sala conforme minha mãe me pôs e não ouso mexer um dedo sequer para que nada saísse do lugar ou a bronca seria grande.

Ela ficava muito brava se visse que gastou um tempo enorme me arrumando e eu, em segundos, destruísse toda a produção. Eram sempre longos minutos gastos escolhendo uma roupa apropriada e penteando meu cabelo quando algum evento que ela julgava importante acontecia. E ela passava algo em meu cabelo que ficava gosmento e depois duro. Odiava aquilo no meu cabelo.

Então, era assim que me encontrava; o cabelo esticado e duro. Uma roupa que consistia em uma bermuda e blusa social. Tinha até suspensório preso na bermuda e tudo que eu mais queria era estar com minhas roupas normais e estar brincando na rua, mas eu tinha que ficar quieto aqui.

Bufo contorcendo meus lábios enquanto vejo minha mãe tirar um bolo do forno e o cheirinho dele invadiu meu nariz e senti minha barriga roncar. Era o meu favorito, de chocolate.

A vi pegando a calda em seguida, também de chocolate e jogando por cima, então não resisti. Afinal, que criança resiste a um bolo de chocolate? Banquei o desobediente e fui de mansinho para perto dela e daquele bolo cheiroso e senti um tapa na minha mão quando instintivamente a levava em direção ao bolo.

Três - VkookminOnde histórias criam vida. Descubra agora