Três - Vkookmin

Chapter 2

Jungkook
2020

Apesar da minha pouca idade, eu já havia passado por algumas perdas significativas que me causaram grandes dores.

A primeira delas foi quando tive que me mudar e me afastar do meu melhor amigo e primeiro amor, Kim Taehyung.

Sim, eu tinha apenas 10 anos na época mas já o amava e não só como amigo, eu já o amava como um menino que eu era. Foi nele que dei meu primeiro selinho, na nossa despedida, foi a única coisa que havia acontecido entre nós até então. Claro que depois tive outros parceiros e até parceiras mas nenhum preencheu o vazio que Tae havia deixado em meu coração.

A segunda foi quando meu peixinho dourado morreu quando eu tinha 13 anos. Não foi tão trágica mas chorei por um dia inteiro.

Mas sem dúvidas, a mais dolorosa havia sido a do meu pai. Depois daquele dia, do seu trágico acidente quando eu tinha 9 anos, ele nunca mais conseguiu ser o mesmo. O vi definhar aos poucos, ano após ano e eu não pude fazer nada para amenizar seu sofrimento até que a própria vida fez o seu trabalho, eu tinha 15 anos.

Assim que tudo amenizou, me despedi de minha mãe e voltei a Seoul para dar início ao meu curso de desenho industrial. As melhores faculdades se encontravam na capital. Eu já estava no auge dos meus 18 anos.

E como uma compensação as minhas perdas ou uma grande ironia do destino, ele estava lá, no pátio da mesma faculdade que eu me encontrava e nos reencontramos mas ele estava acompanhado de um outro garoto aloirado, bonito mas não tanto quanto meu Tae e o que seria uma grande ducha de água fria, acabou se transformando na maior surpresa da minha vida.

Uma festa, uma frase e três destinos traçados para sempre.

E apesar dos obstáculos, eu não poderia ser mais grato ao destino pelos belos presentes que eu havia ganho.

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Seul, maio de 2006

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Acordei naquele dia com minha mãe chorando, não sabia ainda o que tinha acontecido, ela estava sentada ao meu lado, com uma das mãos fazendo carinho no meu rosto e a outra, enxugava suas lágrimas.

Eu levantei e pulei no seu colo, queria ser grande o suficiente  para poder acabar com o seu choro mas eu não era tanto assim, tinha apenas nove anos e ainda era chamado de criança pelos adultos apesar de já ter um pouco mais de 1,40 m então a única coisa que eu pude fazer foi por minhas mãos um pouco pequenas ainda em seu rosto e tentar consolá-la.

- Não chora mãe - só isso que consegui dizer a ela

- Oh meu filho, mamãe tem uma coisa triste para te dizer então você tem que ser um homem forte

E eu a olhava sem entender o que era mas eu busquei ser forte.

- Seu pai sofreu um acidente de carro e está no hospital mas ele vai ficar bem tá bom, mamãe promete a você. Mas agora vou deixar você na casa da tia Jiwoo pois a mamãe precisa ir ao hospital  ver ele, aí você e Taehyung brincam um pouco, você promete que vai se comportar?

Apenas balancei a cabeça de forma positiva. Não chorei, fui forte como ela havia pedido mas na verdade  eu nem soube o que senti, não consegui processar na hora a informação que meu pai estava no hospital.