Recarregando as forças.

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Jimin

Todos precisamos de um tempo de descanso para nós mesmos, longe da correria do dia a dia.

Eu não pensava nisso até parar de patinar. Mas quando aconteceu, pensei em duas palavras: vida e amor. Negligenciei isso por mais de vinte anos.

Estávamos em Barcelona, na véspera da final. O papo de férias não colava nesse momento. Se eu fosse ser específico, era noite, eu estava na piscina do hotel tirando fotos de um homem que gostava muito de se exibir, Christophe Giacometti, patinador da Suíça.

Ele exalava sensualidade, dentro e fora das pistas de gelo. No entanto, quando o conheci no Campeonato Europeu, ele era somente um garotinho que exalava inocência.

Eu dividi o pódio com ele em várias finais do Grand Prix, campeonatos europeus e mundiais. Não conseguia imaginar competir numa temporada sem ele e ele também dizia que não se motivava sem a minha presença na pista.

Apesar disso, ele era experiente o bastante para chegar a mais uma final, só que agora sem mim.

Focando em Choi Yeonjun, da Rússia. Ele era um gatinho arisco. Com quinze anos, ele se classificou para a final na sua estreia como sênior. Treinado por Yakov, meu antigo técnico.

Suas fãs eram chamadas de Jun Angels, estavam sempre nas competições. Elas tinham um acessório que usavam constantemente: uma tiara de gatinho. Mesmo que Yeonjun não gostasse de usar esse tipo de coisa, ele fazia isso pelas suas tão amadas fãs. E que não pensassem em menosprezar suas Jun Angels, pois se isso acontecesse, o gatinho ficaria muito bravo.

Não sabia muito sobre esse, mas acho que se chamava Jean-Jacques Leroy, do Canadá. Um forte candidato ao ouro, porém, ao contrário dos demais patinadores, era difícil se aproximar dele.

Otabek Altin, do Cazaquistão. Ele foi com tudo para a final do Grand Prix. Desde que compartilhamos o pódio no campeonato mundial do ano passado, senti uma presença forte advinda dele. Ninguém sabia muito sobre sua pessoa.

Além disso, ele não era muito sociável. Acredito que seu único amigo era Yeonjun.

A fofura em pessoa. Kim Namjoon, da Tailândia. Ele venceu a Copa da China, se tornando o primeiro patinador do sudeste asiático a se classificar para a final. E além de ser muito gentil, vale ressaltar que ele amava tirar selfie.

Foi colega de rinque do Jungkook em Detroit. Jungkook comentava que Namjoon era o único patinador estrangeiro que considerava amigo.

Por fim, chegamos a quem interessava entre os seis classificados para a final.

Jeon Jungkook.

No momento em que abri a porta do quarto no qual ele estava, o vi com o rosto no travesseiro.

Como sabem, eu era o técnico dele. Depois da Copa da Rússia, Jungkook aumentou seu tempo de treino. Falando nisso, já havia se passado oito meses desde que fui para Hasetsu.

Pude fazer muita coisa por lá. Antes, quando patinava, não passava muito tempo com Makkachin. Desse modo, pude tomar banho todos os dias nas termas e comer muito katsudon.

O amor e vida de Jungkook me ensinaram sobre um mundo novo que eu não conhecia. E eu não notei o quanto passar os dias com ele faria com que eu me apaixonasse perdidamente.

❄⛸❄

Estávamos no rinque para Jungkook treinar. Enquanto ele ficava na minha frente, comecei:

— Eu incluí um flip quádruplo no seu programa livre. Se você ficar com os saltos de sempre, mesmo que faça o programa sem erros, a pontuação de JJ será maior — enquanto o mais novo se apoiava em mim para ajustar seus patins, continuei a falar. — Recomendo uma boa noite de descanso para se preparar para o programa curto de amanhã.

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