29 de outubro de 2014, 23:09 – Avery Johnson
Quando meu pai chegou em casa, eu ainda estava perdida no meu mundo silencioso, rememorando inúmeras vezes aquele toque. Seu cheiro era forte em minha roupa, mantendo um encontro vivo em minha mente. Foram precisos cinco anos para deixar de sentir nojo de mim mesma. Eu queria desesperadamente contar para alguém, mais sabia que papai não iria sossegar até matá-lo, ainda mais os jornais falando que uma nova menina teria sido morta. Fiquei de boca fechada.
Naquela noite, me deitei em minha cama, com os olhos fechados bem apertados, tentando dormi. O mundo do lado de fora da minha janela parecia silencioso, como se tivesse nevado. Era cedo demais para neve, mas todos os sons pareciam abafadas. Quietos demais.
Prendi a respiração e me concentrei na noite, atenta a qualquer movimento na escuridão. Fui aos poucos percebendo que leves estalos quebrando o silêncio exterior, me deixando em estado de alerta. Para qualquer um, aquilo era apenas um barulho.
Havia alguém ali? Talvez fosse um animal. Então aquele barulho foi se aproximando. Os pelos da minha nuca eriçaram.
Colocando a colcha em volta do meu corpo como uma capa, pulei da cama e andei devagar pelas tabuas do assoalho iluminado pela meia-lua. Hesitei, me perguntando se tinha sonhando com o barulho, mas o tec tec tec veio outra vez através da janela. Na linha da persiana e olhei para o deque lá estava vazio. Os troncos negros das arvores projetava-se como uma cerca entre mim e a floresta cerrada lá no fundo.
De repente, surgiu uma sombra diante do meu rosto, e dei um pulo de surpresa. O homem estava do outro lado do vidro. Estava tão perto agora que conseguia ver seu rosto. Seus olhos, eles fitavam-me e brotava o mesmo sorriso diabólico de antes. Seus lábios diziam algo como se eu pudesse ler o seu significado, com tanta clareza quanto se estivesse escrito na vidraça: Eu estou de volta.
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Let it burn
FanfictionDe repente, surgiu uma sombra diante do meu rosto, e dei um pulo de surpresa. O homem estava do outro lado do vidro. Estava tão perto agora que conseguia ver seu rosto. Seus olhos, eles fitavam-me e brotava o mesmo sorriso diabólico de antes. Seus l...