Capítulo 4

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#Vocês ja assistiram o filme O impossível?



P. O. V. Gizelly...

Parecia que eu estava de ressaca. Meu corpo estava dolorido. Tentei abrir os olhos, mas a claridade me cegou momentaneamente. Senti um peso sobre meu lado esquerdo. Tentava me mexer, mas não conseguia. Então gritei, mas no primeiro berro, fui tomada por uma tosse e comecei a cuspir água. Meu ouvido estava com um zumbido dando sinal que ele estava cheio de água. Tentei abrir os olhos, mas uma vez e me retina se adaptou à luz do sol.

—Socorroooooooo, alguém me ajuda!!!!! – Eu pedi ao notar que não conseguiria sair dali sozinha. – Socorroooo. – Gritei novamente. E gritei por mais alguns minutos até que escutei alguém se aproximar da minha cabeça.

—Tem mais uma sobrevivente aqui. – Eu escutei alguém dizer. –Oi, meu nome é Mariana Gonzalez, eu também sobrevivi. Eu vou lhe ajudar. Como você se chama?!

—Me chamo Gizelly Bicalho Kalimann. – Eu falei e agradeci mentalmente quando ela conseguiu tirar o peso de cima de mim. – Obrigada.

—Você consegue se levantar. Precisamos ser breves, estou com medo de uma terceira onda nos atinja. – Ela falou próxima ao meu rosto e eu pude ver sua face. Ela era morena, mas continha um corte profundo na cabeça. Metade de seu rosto estava coberto de sangue.

Tentei me levantar e senti uma fisgada na minha costela esquerda. Lembro-me de se arremessada contra a borda da piscina e logo após a onda me atingir e roubar de meus braços meus filhos.

—Meus filhos, eu preciso encontrar meus filhos e minha esposa. – Eu falei enquanto ela colocava meu braço direito em volta de seu pescoço e me ajudava a ficar de pé.

—Depois os procuramos, agora precisamos encontrar um lugar seguro. – Ela disse assim que me pós de pé.

******

As águas já estavam mais baixas. O sol de meio dia castigava suas cabeças. O olho esquerdo de Rafa começou a ficar arroxeado devido a alguma pancada. A loira seguia andando a frente. Eles já tinham passado por diversos corpos boiando. Rafael evitava olhar para os lados. E quando a água ficou em uma profundidade abaixo dos joelhos, Rafael pode ver o motivo de Rafa esta mancando.

—Ai meu Deus, mãe. – Rafael falou parando de andar, olhando fixamente para perna de sua mãe. Rafa seguiu o olhar do filho e observou uma estaca de madeira fincada na parte traseira de sua perna. –Eu não consigo, eu não consigo. – Rafael falou ficando de costa para Rafa. – A senhora está sangrando e eu simplesmente não consigo lhe olhar assim.

—Calma filho, continue de costas. Só olhe para mim quando eu mandar. – Rafa falou e observou o local ferido e tomou a decisão mais dolorosa de sua vida. Ela mordeu os lábios para não gritar e puxou a estaca. – Ahhhhhhhhhh. – Ela não suportou a dor e gritou. – Ahhhhhhh. – Seu grito se sucedeu a uma respiração rápida. Seu coração acelerou, dando uma sensação de choque.

—Mãe?! – Rafael fez menção em olhar para Rafa.

—Continue de costas filho. Continue de costas. – Rafa pedia ofegante, enquanto tirava a blusa que estava vestida e amarrava na perna ferida, lhe inundando de sangue.

Rafa deu uma olhada nas costas de Rafael e pode ver vários arranhões e cortes profundos. Ele tremia. Rafa se aproximou de seu filho e tocou em seu ombro.

—Está tudo bem. – Rafa falou.

—Desculpa é que não consigo lhe ver dessa maneira. Desculpa. – Rafael falou enquanto limpava as lágrimas.

O IMPOSSÍVEL (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora