Duas mulheres, duas linhas temporais e um destino. Após receber a sentença de um novo crime Zulema se vê condenada a viver o resto de sua vida na prisão, tudo parecia ter terminado para ela até descobrir que havia outra possibilidade.
Era um dia quente de verão em Madrid, Zulema deixava o prédio do fórum e apertou as vistas ao encontrar a claridade, ao se acostumar com a luz olhou para suas mãos presas em uma algema a frente de seu corpo, imaginou mil formas para tentar fugir daquela situação, mas nenhuma delas seria eficaz. A sua frente tinham quatro policias "armados até os dentes" e mais dois, um de cada lado do seu corpo que a seguravam pelo braço e outros quatro atrás.
Ela suspirou ao ver a van blindada estacionar e a porta se abrir, mais homens armados saíram dentro dela e sinalizaram para que levassem a morena para dentro do veículo. Zulema era uma mulher perigosa e todos já estavam cientes que ela poderia criar uma situação para fugir a qualquer momento, dessa vez usaram do exagero e mandaram um grupo de trinta homens para garantir que não acontecesse nenhuma surpresa. Dez homens entraram na van com ela, os outros se dividiam em carros e motos que cercavam o veículo pelas ruas.
Após uma hora a morena estava de volta a Cruz do Norte depois de mais uma audiência, sendo essa a última, foi sentenciada com uma pena de 23 anos depois do estrago que fez quando tentou fugir da última vez, entre mortes de policiais e destruição de patrimônio público o juiz não aliviou para o lado dela, somando ao restante que já tinha, agora possui o total de 56 anos de pena a cumprir.
— Vira — ela ouviu o som do plástico da luva sendo esticado para se acomodar aos dedos da policial, ela se virou apoiando as mãos na parede e afastando as pernas, já estava acostumada com esse procedimento de vistoria e a cada vez sentia a raiva de quem o fazia, pois não tinham pena em adentrar sua intimidade de forma bruta. Não foi intencional, as coisas fugiram do controle e não estava em seus planos matar aqueles homens, mas o estrago já foi feito e ela sabia que teria que aguentar os maus tratos dos colegas das vítimas.
Vestiu novamente a farda e quando chegou nos corredores sentiu o peso de suas ações, a segurança havia sido reforçada, tinham guardas para todos os lados e ambos a olhavam com desgosto e era possível ler através dos olhos os xingamentos que lhe davam mentalmente. Agora ela estava mais que certa que iria morrer ali, as presas já eram suas inimigas e agora os funcionários pareciam querer sua cabeça em uma bandeja.
Sentiu um puxão em seu braço, o guarda a desviava da direção que ela seguia, a morena estranhou porque a estavam levando para outra cela. Pararam em frente a uma porta grossa e abriram uma caixa preta e pequena que estava na parede, era uma fechadura digital, o guarda posicionou o dedo no leitor do aparelho e em seguida teclou nos números, Zulema tentava enxergar, mas teve a visão bloqueada pelo corpo do homem. Após um estralo a porta pesada destravou e se abriu, em seguida o mesmo aconteceu com uma grade, era uma cela especial, possuía um sistema de travamento como o de uma caixa forte.
A morena nesse momento sentiu medo pela primeira vez, estava certa que iriam tornar sua vida um inferno naquele lugar, já não tinha esperanças de um dia ser livre.
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Nasceu o primeiro capítulo, esse para você conhecerem o ponto de partida da história de Zulema, fiquem atentos as datas, pois a história vai acontecer em linhas temporais diferentes. Espero que gostem porque vai depender do retorno de vocês para dar seguimento ou não na história.
