Capítulo 10

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Olha quem voltou com a maior cara de pau do mundo!!! Não me matem!
Preciso saber se ainda tem alguém aqui querendo a continuação da história antes de prometer continuar o.O
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16 de agosto de 2020

Zulema encarava a página em branco daquele caderno sem saber o que fazer. Não dormiu durante a madrugada, pensava no estava fazendo e sentia uma certa incredulidade em acreditar que estava lidando com algo sobrenatural, em alguns momentos até imaginava estar alucinando ou perdendo o juízo, pensava que a grande vontade de escapar daquele lugar estaria mexendo com sua capacidade de distinguir o que é real ou não. Temia que seu cérebro poderia estar inventando cenários e fantasiando uma história para aliviar a angústia e ansiedade que vinha nutrindo por todos aqueles anos presa.

Toda a tensão se aflorava pelos seus poros e gestos, ela mordiscava o canto dos lábios causando pequenas lesões quando puxava a pele fina, uma mão massageava as têmporas e a outra segurava o lápis, seu dedo batia na extremidade do objeto fazendo o mesmo bater e voltar com ponta deixando pequenos riscos no papel, Zulema não se reconhecia nesse estado de ansiedade, mas estava lidando com o desconhecido e isso a deixava apreensiva. 

— Talvez eu só precise de uma explicação lógica para isso — pensou em voz alta. Colocou o lápis na divisão das páginas e fechou o caderno, se levantou e guardou ele no armário escondido entre as peças de outro uniforme que tinha ali dentro. Se sentou na cadeira como de costume para esperar o horário da porta se abrir, estava no seu momento de visitar a biblioteca e pensava que poderia encontrar alguma informação que tornasse aquilo tudo menos fantasioso. Ao ver o sinal verde liberando a porta, Zulema saiu da cela e fez o trajeto até a biblioteca, se dirigiu até a sessão de ciências e se aproximou da estante varrendo todo o corredor de livros com os olhos para ver se algum daqueles exemplares poderia ter algo de útil.

A biblioteca da Cruz do Norte era grande e oferecia uma abundância de livros, revistas, jornais e quadrinhos, era o lugar favorito dela, pois ali poderia consumir coisas que poderiam ajudá-la  na prisão, graças ao acesso a tanto conhecimento, Zulema sabia bastante sobre química, física, geografia, história e diversos outros temas, por isso, recorreu a esse lugar. Navegando por aquelas páginas, aprendeu a montar bombas, a fazer misturas químicas que poderiam causar sérios estragos, conhecia sobre informática e muitas outras coisas úteis para seus planos, esse tipo de conteúdo não estava explicitamente disponível naquele espaço, mas uma mente como a de Zulema, tendo acesso a todo arsenal de livros, soube aproveitar o benefício de forma diferente.

Pegou da prateleira, dois volumes sobre ciência geral, um sobre química e outro sobre geografia, passou rapidamente pela bibliotecária responsável pelo local para marcar o empréstimo dos livros e fez o caminho de volta para cela com rapidez.

Essa movimentação chamou a atenção de Fábio, que estava empenhando em vigiar todos os passos de Zulema. Quando a morena saiu da cela, ele a seguiu até a biblioteca e permaneceu ali olhando tudo que ela fazia e estranhou sua volta apressada, quando o certo, seria ela aproveitar até o último segundo do tempo livre fora da fortaleza que a colocaram e isso acendeu o alerta em sua cabeça e percebeu que teria que intensificar a vigilância, para ele, com certeza Zulema estava planejando algo. 

Já na cela, Zulema lia os índices de cada livro a procura de algum tema que pudesse elucidar suas dúvidas, mas não encontrava nada, não é como se assuntos sobrenaturais fossem estar em livros científicos. Vencida pela frustração, a morena respirou fundo e deixou o corpo descansar no encosto da cadeira enquanto sua mente trabalhava com o pouco que leu.

Puxou novamente o exemplar de geografia e passou as páginas, encontrou uma sessão sobre geologia onde tinham algumas explicações sobre minerais. Passando o olho pelo texto, uma coisa lhe chamou atenção.
Grafite ou grafita é um mineral cinza-escuro, metálico e macio...
O grafite é um condutor de corrente elétrica e de calor...
Sua cabeça rapidamente fez ligações entre assuntos de física quântica e os diversos filmes de ficção científica que já assistiu. Não acreditava em seus próprios pensamentos e era terrível para ela duvidar de si mesma, quando foi sempre muito convicta de suas ideias.

— Puta que pariu! — ela largou o livro de volta em cima da mesa e se levantou, estava surpresa pelas loucuras que estava passando por sua cabeça — Estou louca, completamente louca! — encarou o armário por alguns segundos e tomou a decisão de pegar novamente o caderno — Foda-se! Não tenho nada a perder.

Zulema abriu o caderno na mesma página onde deixou rastros de sua ansiedade, nem se preocupou em apagar os riscos no canto da página, até porque esqueceu de roubar uma borracha. No momento a preocupação era o que escrever. Não fazia ideia e ainda não acreditava totalmente no estava acontecendo.
Pensou em perguntar se tinha alguém ali, pensou em escrever apenas um: Macarena? Tentou escrever seu nome, mas nada vinha em sua mente.
Puxou um folego de coragem e decidiu escrever a primeira coisa que viesse em sua mente, posicionou a ponta do lápis no papel, escreveu algo rapidamente e tratou de deixar o objeto guardado no armário.

A adrenalina corria em seu e ansiava o momento de abrir novamente aquela página, desejava ter encontrado uma maneira de se comunicar com Macarena. 

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Iai??? Lembrando que não sou expert em física/química nem nada disso, busquei algumas coisas para tentar criar uma história um "pouco lógica" e encontrei no grafite uma opção por ser condutor de energia. Pirações da minha cabeça. 

Espero que gostem.

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⏰ Última atualização: Jun 29, 2022 ⏰

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