Capítulo 10

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Uma impaciência inundou o seu rosto:

- Como assim parar de transar? Esqueceu quem dá as regras aqui?!

- As regras só existem dentro da nossa brincadeira, mas em função disso a minha realidade está ficando comprometida. Minhas notas estão muito ruins e eu preciso de foco total nos estudos.

- E acha que o nosso sexo atrapalha os seus estudos?

- Sim. Sexo é energia. E nossas transas tem sido muito intensas. – observei um riso no canto de sua boca - Tem de certo modo me esgotado. Acredito que vai ser bom a gente parar. Preciso me reintegrar.

Rômulo andava de um canto a outro do quarto de modo reflexivo:

- O problema é você, não o sexo. Tem certeza que não tem nada para me falar?

Não adiantaria revelar para ele minha paixão. Ele me acharia um fraco e idiota por ter sucumbido ao sentimento. Sem falar que poderia atribuir a mim a culpa por ter incluído o beijo em nosso sexo. Afinal foi através da troca de línguas que o meu sentimento veio a surgir. Então respondi que não.

- Ok. Fica assim então. Paramos por aqui. – em seguida ele saiu do quarto demonstrando estar bem chateado.

Procurei alguma palavra para encerrar a conversa, mas não encontrei.

Depois de encerrar com ele senti que era o fim. Partia dele uma determinação vingativa em relação a mim. Um homem nunca gosta de ser negado. Era compreensível. Esperava que ele refletisse a respeito: não era nada com ele. Era comigo.

Nos primeiros dias senti uma dor pungente em meu peito, mas me permiti sentir para que passasse logo. Paixões sempre são atenuadas com o correr do tempo. Eu dizia para mim mesmo que Rômulo não era homem para mim, era apenas um macho. Mas meu coração ainda piscava por ele, tal qual meu orifício.

Experimentei uma fossa nas primeiras semanas, mas o sentimento por ele foi ficando controlado. Eu estava me resignando de que nossa relação nunca passaria do sexo sigiloso que rolara dentro daquele apartamento.

Chegou um momento em que o vício em sexo deu um grito. Eu precisava de um pau me rasgando por dentro. Estava subindo pelas paredes, e voltar atrás naquela altura era muito perigoso para mim. Pus - me a pensar numa solução rápida - até que me veio uma ideia: comprar um consolo.

Corri para o centrão e entrei no primeiro sex shop que encontrei pela frente. Fiquei maravilhado com a quantidade de luzes e cores das prateleiras. De certa forma me alegraram depois de tantos dias na escuridão.

Eram muitas opções e formatos. O legal é que cada piroca de plástico tinha um nome. Escolhi um chamado "Paulão". Tinha cor de chocolate , o formato e tamanho do membro lembrava muito o de Rômulo, porém era exageradamente vascularizado. Saí dali radiante. Eu iria me estrepar naquele dildo na hora que eu bem quisesse e ia ficar bem calminho para dar sequência nas disciplinas do pré vestibular.

Aquilo foi um remédio espetacular para os meus dias. Eu e Paulão criamos muita intimidade juntos. Agora eu que mandava. Paulão estava sempre ao meu dispor. Duro feito aço para me dar prazer. Penetrava-me fixado na parede do quarto, em cima da cama, no chão, em cima da privada. Fizemos tanta estripulia juntos que chegou um momento que Rômulo percebeu a movimentação e invadiu o meu quarto e ficou surpreso ao me ver de quatro com Paulão todo dentro:

- Aham, me traindo com um pau de plástico. Que porra é essa? 

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