Capítulo 11

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Ao me assustar com sua presença cuspi o Paulão com pressão para fora. Ele caiu a cinqüenta centímetros da cama intacto, felizmente a chuca estava em dia. Gostava de brincar sem sujá-lo. Sorte do brinquedo.

Rômulo pegou o dildo pela mão. O observou atentamente:

- Não é muito diferente do meu. – Franziu os olhos para ler – "PAULÃO"! Oras, vem até com nome?!

Já sentado na cama eu ri do seu comentário.

- Qual o nome você acha que o meu pau deveria chamar? – perguntou em tom risonho.

- Sei lá...acho que..."PRIMÃO" seria um bom nome.

Caímos na risada os dois.

- É um bom nome. Até que você é criativo.

Ele se sentou na cama, bem próximo a mim, e passou a me encarar. Eu de praxe, não dava conta de sustentar suas encaradas.

- Qual o problema? Por qual motivo você deixou de dar pra mim para sentar num pinto de borracha?

Levantei da cama.

- O motivo eu já te disse. – menti – Só que agora passadas algumas semanas, tive uma recaída e resolvi ir ao sex shop. Era o único jeito de eu me resolver.

Ele fez sinal de negação com a cabeça.

- Poderia ter me procurado. Melhor do que gastar dinheiro à toa.

- Ás vezes recorrer aos brinquedos é muito mais prático do que lidar com gente.

- E o que isso quer dizer? – questionou astuto.

Fiquei mudo. Então ele me puxou para perto dele.

- Acha que eu não senti falta, esse tempo todo? Foi difícil te ver e não querer transar. Virou um vício fazer tudo que a gente já fez junto. E ainda não é o suficiente. Eu quero muitas mais coisas com você.

Fiquei balançado com aquelas palavras. Seus olhos, seu hálito e sua quentura me invadiam e me desmontavam. Uma voz na minha cabeça ecoava dizendo que eu tinha que parar com aquilo. Mas eu não conseguia agir.

- Assim como você, eu tenho um brinquedinho no meu quarto. Vou buscar.

Ainda atordoado pela sua presença o esperei inerte trazer a tal novidade.

Animado ele trouxe algemas e um lenço.

Gelei por dentro. Eu tinha muito medo da vulnerabilidade que aqueles objetos traziam.

Sensual e tarado ele murmurou:

- Brinca comigo...

- Não acho que devemos. Melhor a gente continuar como estava...

Ele então me puxou e beijou a minha boca da forma mais deliciosa que sabia fazer. Fiquei louco de tesão, perdi as estribeiras e me entreguei totalmente ás suas carícias.

Por um momento ele me afastou:

- Tente agora dizer não para mim...

Hipnotizado por ele, não consegui negar e da minha boca não saiu uma só palavra. Então ele tirou toda a minha roupa e jogou na cama. Antes de iniciar murmurou:

- Você é um puto. Muito fraco quando o assunto é sexo. Felizmente, sempre cede. Basta investir. Aliás, não sei por que não fiz isso antes.

Em silêncio, concordei com tudo. Ele sabia me ler como ninguém. Talvez inconscientemente soubesse o momento certo de agir.

Fiquei de bruços. Ele amordaçou a minha boca com o lenço e me atiçou, passando as algemas frias por todo meu corpo nu. Eu arrepiava com aquela sensação. Quando me algemou, pegando minhas mãos de costas, senti o quanto ele estava no controle. Se ele fosse um louco psicopata, eu estava ferrado. Claro que não era, mas nessas horas bate um desespero e o corpo dispara o alarme do perigo.

- Estou com medo – tentei balbuciar pelo pano.

- Fica tranquilo. Você só terá prazer.

PrimãoOnde histórias criam vida. Descubra agora