VI - Piquenique de Domingo

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20, Setembro de 1896
Avonlea, Canadá

O Domingo havia chegado e eu já me sentia bem melhor do resfriado, mas infelizmente havia passado gripe para o meu pai, que não estava muito bem

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O Domingo havia chegado e eu já me sentia bem melhor do resfriado, mas infelizmente havia passado gripe para o meu pai, que não estava muito bem. Já que ele estava ficando de repouso, aproveitei para ensinar ao Lucas algumas tarefas da fazenda, ele agia como se nada tivesse acontecido e eu não fazia idéia de como falar com ele sobre a escola. Eu sei que Anne nunca me trataria daquele jeito, se ela achou que eu era o Lucas é porque ele realmente se passou por mim, não havia outra explicação.

Ao passar um tempinho a mais com ele percebi que o mesmo não levava tanto jeito assim com a fazenda, levando em conta que morava na cidade e não fazia nenhuma das tarefas que eram comuns para mim, mas isso seria questão de tempo, o real problema é a sua impaciência para aprender coisas novas.

— Tente segurar mais firme, ok? Ela não vai te morder, eu garanto — Troco de posição com ele sentando no banquinho e mostrando a forma correta de se ordenhar.

— Eu preciso realmente fazer? Você é tão bom nisso que claramente dá conta sozinho — Ele ironiza, eu abro um sorriso de canto e faço que não com a cabeça, então trocamos de lugar novamente.

— Está com medo da pobre Dulce? Lucas você é um verdadeiro burguesinho, por que será não estou surpreso?

Fico alguns instantes observando a forma como ele ordenhava, um desastre.

— Merda — Escuto ele murmurar.

Ele se vira para mim com leite no rosto e não consigo evitar uma risada anasalada. Claramente ele estava com uma cara de quem mataria alguém, mas não tinha como o levar a sério naquela situação.

— VOCÊ DISSE QUE ELA ERA CALMA! — Ele praticamente berra no meu ouvido, como se fosse minha culpa que ele não levasse jeito para ordenhar.

— Eu disse pra segurar firme, não machuca-la, deve ter apertado com muita força. — Dou tapinhas em seu ombro e quando olho no balde vejo uma quantidade satisfatória de leite para o café da manhã.

— Vaca estúpida.

— Não fale assim da Dulce, ela está conosco desde que era um filhote.

— Dulce? — Ele pergunta enquanto limpa o rosto com sua camisa.

— Dulce de leite, é o nome dela — Respondo.

Apesar de ter ficado nervoso com a situação, ele acabou rindo, e não era comum ficarmos tanto tempo juntos sem soltar alguma farpa, talvez aquele dia seria diferente.

— É Lucas... Você ordenhando vacas é um ótimo cantor — Eu não podia deixar de zombar dele já que todo santo dia ele fazia o mesmo comigo, claro que eu revidaria sempre que tivesse a oportunidade — Venha, precisamos entrar, em algumas horas vamos à missa e precisamos ajudar nosso pai a preparar algum prato.

Minha doce Anne com EOnde histórias criam vida. Descubra agora