XXXI - Um Recomeço

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6, Abril de 1897
Charlottetown, Canadá

Alguns minutos se passaram desde que Lucas e eu chegamos no consultório do doutor Johnson e ainda estávamos esperando pelo atendimento, o que eu achei muito estranho, já que ele sempre nos atende assim que passamos pela porta

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Alguns minutos se passaram desde que Lucas e eu chegamos no consultório do doutor Johnson e ainda estávamos esperando pelo atendimento, o que eu achei muito estranho, já que ele sempre nos atende assim que passamos pela porta. Isso não foi um problema, meu irmão e eu ficamos conversando, o que fez com que o tempo passasse rápido. O clima entre nós dois estava bem mais leve, nós dois conseguiamos manter uma conversa normalmente, sem ficar em um silêncio angustiante ou sem assunto.

Estávamos medianamente confortáveis mesmo sabendo que teríamos que dar duro para recuperar a fazenda. A descoberta de Helena, ou Catarina seja lá o que for, foi chocante por algum tempo mas era um alívio saber que aquela mulher de poucos valores não era nossa falecida mãe e poderíamos manter a memória da doce Helena que meu pai me descrevia.

- Vocês já podem entrar - o doutor nos chamou me tirando de meus devaneios.

Logo depois que entramos na sala de atendimento, meu irmão se acomodou na maca para que o médico pudesse tirar sua tala. Percebi que Lucas estava nervoso, ele comentou comigo que tinha medo dele acidentalmente cortar seu braço, mas eu não fui o único que percebeu isso.

- Pode relaxar o ombro Blythe, é bem rápido para tirar o gesso, você vai ver - imagino que o doutor Johnson tenha dito isso para tranquiliza-lo, e deu certo, meu irmão pareceu ficar mais tranquilo. Se um dia eu for médico, também vou querer que meus pacientes se sintam a vontade quando eu estiver atendendo eles e não pensem que vou arrancar seus braços.

- Essas assinaturas no gesso são dos seus amigos? - ele perguntou, entendi sua tática de entreter-lo durante o processo.

- São sim - Lucas respondeu e sorriu em seguida.

- São do dia da estufa? - perguntei e me forcei a lembrar de Anne, a bebida e a ressaca de presente.

- Isso... Elas vão sair quando o senhor terminar?

- Bem, eu posso tentar tirar de uma forma que as assinaturas fiquem praticamente intactas, elas são importantes para você?

- Sim, se o senhor fizer isso eu ficarei agradecido - meu irmão falou de forma tímida.

Não demorou mais que dez minutos para que a tala fosse retirada, então Lucas recebeu uma lista de cuidados que precisaria ter. Fiz questão de prestar muita atenção em cada recomendação dessa lista, pois sei que provavelmente meu irmão não terá todos os cuidados, e eu terei que chamar sua atenção sempre que for preciso.

- Doutor, antes de irmos para casa, o senhor pode me ceder alguns minutos do seu tempo? - perguntei um pouco receoso do que iria pedir temendo que não fosse bem aceito.

- Claro, seu irmão é o meu último paciente de hoje com hora marcada - ele falou enquanto entregava o gesso com as assinaturas ao Lucas - Do que vocês precisam?

Minha doce Anne com EOnde histórias criam vida. Descubra agora