Faz tempo que não a vejo
Preso neste quarto
Não tenho nem contato
Nem telefone mesmo
Completamente segregadoEu fui olhar a galeria
E vi uma foto sua e minha
Me abraçando o pescoço
E beijado meu rosto
Na rua do meu portão
Onde meninos jogavam
Bola e piãoVi as conversas antigas
Do número que foi cancelado
Das vezes que te fiz companhia
Queria estar do seu lado
Numa ida á um parque noturno
Comendo pipoca e churrosSerá que ainda pensa em mim?
Já fazem 4x30 dias
Em quarentena nessa casa
Com saudades malditas
Quando isso não nos separavaDesculpa não aparecer
No seu aniversário
Queria te dar um presente
Ou ao menos um comentário
Da festa ou da roupa
Que escolheu do seu armário
É uma pena
Que tristezaQuem me dera você
Fosse vizinha minha
Morasse logo na esquina
Nos olhando na janela
Quem me dera eu soubesse
Seu número novo
Ou seu instagram
Pra nos falarmos de novo
Ou até um telegram
Só pra te ouvir de novoTalvez você pense
Que te esqueci completamente
Talvez já superou
Essa idéia da sua mente
Mas não se engane
Penso em você a toda hora
Quando vou dormir
E quando o dia acordaQuando isso acabar
Quando a escola voltar
E sair de novo de casa
Ás seis da manhã
Será que o ônibus vai passar?
Sera que você vai passar?
Sera que vamos nos olhar?Isso já aconteceu outras vezes antes
Na primeira foram seis
Na outra foram três
Essa não vai ser nada
Eu espero o quanto puder
Pra nos vermos cara a cara
Matt Kai
Neopoetika
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𝙉𝙚𝙤𝙥𝙤𝙚𝙩𝙞𝙠𝙖
PoetryUma pluralidade de pensamentos de um poeta juvenil. Poemas escritos no ano de 2020. 🥈 2º Lugar em Microconto no concurso poucas palavras. 🥉 3º Lugar em Haikai no concurso poucas palavras.