Baby oops, bad girl | Mirandy

❀ No way

Passadas algumas semanas, Andrea acabou por perceber que ela era a errada, em maior parte, da situação, e porque? Bem, como ela pôde exigir algo de Miranda sendo que ela não havia exposto seus próprios sentimentos antes? Como ela poderia ter xingado o estilo de vida sexual de Miranda sendo que ela mesma havia concordo com os termos impostos por Priestly? E pior, como pôde ter falado de sentimentos quando ela mesma proibiu Miranda de ter qualquer sentimentos por ela? Quer dizer, ela era no mínimo uma idiota contraditória, ou ao menos era o que achava.

Por isso, ela tomou a decisão de que naquela segunda-feira chamaria Miranda para conversar e pediria sinceras desculpas por seu comportamento anterior. E foi o que fez.

Ao chegar na escola naquele dia, encontrou Miranda no mesmo lugar de sempre, na entrada da escola olhando seu celular, tão distraída com o aparelho que nem percebeu a recente aproximação de Andrea

- Bom dia Miranda. - A voz de Andrea soou nos ouvidos de Miranda com tanta melodia que a mesma ficou alguns segundos estática, apenas apreciando aquela rouquidão matinal de Andrea.

- Bom dia Andrea. - Foi a vez de Andrea resfolegar, seu peito se apertou, sentira tanta falta de Miranda! Tanta falta que não conseguiu conter sua felicidade e alívio.

- Nós podemos conversar?

- Claro! - Miranda respondeu guardando o celular. - Que tal as arquibancadas? Lá me parece ser um bom lugar.

- Por mim tudo bem!

E então entraram na escola para irem até as arquibancadas do campo que era usado para jogos abertos ao público. Ambas as garotas fizeram o caminho em um puro e total silêncio, e por incrível que pareça não era um silêncio desconfortável.

Cruzaram o campo em passos largos, ansiosas demais para ouvirem o que a outra queria dizer. Impacientes demais para se sentirem.

- Você começa! - Miranda disse tendo o cenho franzido.

- Eu sei que você não me quer mais, apenas pelo olhar em seu rosto! - Andrea disse triste e simplista. - Algumas pessoas dizem que quando as coisas estão ruins, tendem a piorar, que é notório ver isso na cara delas. Mas eu não quero acreditar nessas pessoas Miranda! Nós duas já estivemos aqui antes, já tivemos essa conversa, e eu não quero que ela termine da mesma forma que aquela terminou. Eu sei como deveria terminar, eu sei como eu quero que termine nossa conversa.

- Andrea, eu não tentei te impedir de ir, ou tentei ao menos falar algo, por que eu estava em puro choque. Você já deve ter percebido a dificuldade que tenho em expressar sentimentos, e quando você jogou tudo aquilo em cima de mim eu fiquei estática. E acredito eu que minha reação foi bem compreensível dada as circunstâncias, não que estivesse correta.

- Eu sei, e entendo agora como fui egoísta naquele dia, por isso quero me desculpar com você, não foi mesmo a minha intenção de te desmerecer ou te ofender, eu só estava tão engasgada que não soube o que fazer! - Andrea abaixou o olhar brincando com as mãos nervosamente, enquanto isso Miranda olhou para o campo e viu Elizabeth olhando para as duas.

- Temos uma platéia nos achando e provavelmente nos chamando de loucas! - Miranda disse rindo, e Andrea seguiu o olhar de Miranda encarando Elizabeth.

- Temos que ignorar aqueles com opiniões de ódio! - Andrea disse se referindo ao dia da briga que tiverem e como deixaram que a discórdia ficasse entre elas.

- Sim, nós temos. Não somos como eles.

- Se querer ficar com você é loucura então eu posso dizer que fiquei amiga da loucura. - Andrea disse simples e Miranda a olhou com os olhos arregalados, não é como se fosse surpresa aquilo, mas ainda sim ouvir aquilo de Andrea de uma forma tão simples fez com que Miranda quisesse chorar de alegria.

- Então posso dizer que ficamos amigas da loucura ultimamente! - Miranda disse dando um sorriso de lado, e Andrea a olhou como se ela tivesse um pênis na testa.

- O que você disse?

- Que nós nos tornamos amigas da loucura ultimamente.

- Miranda, não brinque com algo assim! - Andrea pediu com urgência. - Isso não é brincadeira! Eu posso ser toda errada, sem futuro, não ser perfeita como Jacqueline e toda a merda do mundo, mas eu realmente estou gostando de você!

- Andrea, todos nós viemos com cicatrizes, mas nós podemos ama-las até que elas desapareçam! O que quero dizer é, você pode ser o que for que eu ainda sim vou gostar de você, afinal foi com todo sua pose de garota má que eu comecei a gostar de você. Além do mais, eu te disse que não era perfeita, eu mostrei não ser perfeita então porque eu buscaria perfeição em alguém? Você não ser perfeita é um dos motivos pelos quais eu acho que devemos ficar juntas.

- O quê?! - Andrea não conteve o grito, ele soou livre. Agora entendia como Miranda se sentiu quando despejou tudo o que sentia.

- Acho que devemos ficar juntas, Andrea.

- Juntas tipo... sexo?

- Também, mas juntas tipo... juntas.

- Tipo namoradas?

- Tipo namoradas! Mas se ficarmos juntas, eu quero que fiquemos abertamente juntas sem nos envergonhar do que as pessoas vão pensar ou dizer. - Miranda disse mais séria. - Você aceita me namorar abertamente? Sem ter vergonha ou receio?

- Eu te disse que não era perfeita, e não que era estúpida! - Andrea riu alto. - É claro que eu aceito namorar você sem vergonha, receio e moderação!

- Ufa! - Miranda soltou o ar. - Se você tivesse dito não ia ser o maior micão da vida! - Miranda acariciou a mão de Andrea. - Me desculpa por ter sido uma completa idiota.

- Eu desculpo você! E é claro que eu aceitaria seu pedido, eu estou realmente caidinha na sua. - Andrea sorriu tão grande que Miranda não se conteve e a puxou selando os lábios um ao outro, se beijarem devagar, colocando todo o sentimento ali; e quando se separaram, Andrea fez sua melhor expressão cômica e divertida e disse:

- É... transa maravilhosamente bem, beija bem para caralho, é bonita para a porra, é inteligente demais e não cheira mal! Eu posso definitivamente me acostumar com isso!