𝐂𝐇𝐑𝐘𝐒𝐓𝐀𝐋 𝐒𝐍𝐎𝐖 - 𝖫𝖫𝖬 • 𝖩𝖩𝖪

CAPÍTULO 38 - Chrystal Snow

Sáb, 07:20p.m
Lalisa Manoban

Minha irmã e eu voltamos (finalmente) para os dormitórios da BDS, após passarmos quase uma semana na mansão. Eu estou extremamente cansada, oque me faz refletir se realmente deveria cuidar dos "negócios da família", talvez eu deva vender as minhas ações herdadas e acabar com esse estresse. Se fosse apenas a empresa, eu até conseguiria lidar, mas os negócios ilegais também estão envolvidos.

Não é só isso, com o meu pai e seu nome fora do jogo, eu e Jisoo corremos muito mais perigo. Antes a pessoas tinham medo, agora elas podem se arriscar a tentar. Claro que eu vou fazer de tudo para que isso não aconteça, preciso manter o sobrenome Manoban e oque ele causa: medo.

É Lalisa, não vai ser fácil!

Suspiro enquanto checo todos os 550 e-mails que me foram enviados em menos de 24 horas. Quase todos até agora são da empresa, projetos e mais projetos para serem aprovados e/ou revisados. Também têm alguns e-mails dos professores pedindo explicações pelas faltas e me lembrando de trabalhos à serem feitos.

Eu falei com o diretor sobre meu pai, pensei que ele havia explicado para os professores (puta que pariu!). Agora vou ter que falar com todos os 13 professores.

Olho para o lado ao sentir alguém se sentar no sofá, é a Jisoo, ela possuí uma carinha desanimada e cansada, seu rosto está inchado, aparentemente estava chorando. O porquê, eu não sei e não gosto disso. Essa menina mal fala, e quando fala são palavras monossilábicas, como "sim" e "não". Isso quando não é a comunicação por suspiros, quando ela suspira de determinada forma para responder.

Permaneço encarando-a, ela acaba me encarando também e ficamos assim, em silêncio por alguns instantes. Até que decido falar.

- Vamos lá, eu convoco a Conversa de Gêmeas.- fecho o noteboo

- Eu passo.- ela revira os olhos, pega o controle remoto e liga a TV, me ignorando.

A Conversa de Gêmeas foi uma coisa que (por incrível que pareça) eu inventei quando tínhamos quatorze anos. Nesse ano, Jisoo e eu havíamos nos afastado uma da outra, nem conversávamos direito, então, eu fiquei cansada disso e criei esse "jogo", onde nós colocamos nossos problemas ou angústias na mesa, e tentamos dar o melhor conselho possível para a outra, o conselho que funcionar, vence.

- Por favor, Jisoo!... Nunca te pedi nada.- eu peço manhosa, ela olha para mim e suspira.- Pela sua irmã querida, linda e maravilhosa!- com essa, faço-a gargalhar, oque pra mim, já é uma vitória.

- Tá, tá... podemos fazer essa brincadeira boba de novo.

Eu sorrio por ela ter aceitado, nós duas nos sentamos uma de frente para a outra, de pernas cruzas e eu diminuo o som da TV. Jogamos pedra, papel e tesoura para ver quem começa, Jichu perde, então ela quem começa a contar sua história. Tem uma regra muito importante: precisamos ser totalmente sinceras, nada de ocultar ou mentir.

- Então tá, como eu posso resumir...?- sussurra, pensando alto.- Vou ser direta. Quando recebemos a notícia de que papai morreu, no domingo, e tivemos quer ir para a mansão... Dois dias depois, na terça-feira, Jin ligou para mim, ele não sabia da história do papai... Nós já estávamos brigando à um tempo, você sabe, por causa do meu jeito de odiar me expor. Então... Ele terminou comigo!