Capítulo trinta e dois

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"Como já foi dito: O amor e a tosse não podem ser disfarçados. Nem mesmo uma pequena tosse. Nem mesmo um pequeno amor."

Sexta-feira_ 23:30 pm- Ubatuba

Beatriz narrando:

Nesse momento, nós adultos estamos sentados perto da piscina e as crianças estão dormindo no quarto, exceto a Lua e a Clara, filha da Lorena e do Gustavo. A Lua estava sem sono, então ela ficou aqui deitada no meu colo e acabou dormindo, e a Clara não querida dormir sem a mãe então ela também está dormindo, mas no colo do pai.

Grego: Quer que eu leve ela para o quarto?- Concordo com a cabeça, e ele pega ela no colo e entra dentro da casa.

Desde o nosso beijo de manhã, não rolou mais nenhum, estamos de boa. Todos nós passamos a tarde inteira comendo e na piscina. Eu me queimei porque esqueci de passar protetor e está ardendo um pouco. 

Em pouco tempo o grego volta, e deita no meu colo. 

Isabela: Tia Margarida conta pra gente a história da sua filha perdida- Diz deitada no colo do PK

Margarida: Quando eu tinha quinze anos, conheci um cara de vinte, ele era o garoto mais bonito que eu já tinha visto. Conheci ele na festa de uma amiga minha, ele era o primo dela. Eu me encantei por ele, mas na minha cabeça ele nunca ia dar bola para alguém como eu- Ela diz suspirando- Quando a festa estava quase acabando, ele me chamou no canto e me beijou, eu me apaixonei mais ainda. Um tempo depois a gente começou a namorar e em menos de dois meses eu engravidei desse pirralho- Diz ela brincando com o menor

Menor: Ei, eu não sou pirralho

Margarida: Quando ele descobriu, ele ficou feliz porque o sonho dele era ter uma menininha, mas quando fizemos o exame deu que era um menino. Ele logo mudou e ficou mais distante, mas a minha família obrigou a gente a casar. Com dezesseis o menor nasceu eu larguei os estudos para me dedicar a vida de dona de casa, o pai dele sempre  chegava tarde da noite e quando eu perguntava aonde ele estava ou esquecia de fazer alguma coisa ele me batia.

Gustavo: Caralho que babaca

Lorena: O Gustavo não é nem doido de fazer isso

Margarida: Quatro anos mais tarde eu engravidei da minha menininha, ele ficou feliz porque finalmente ia ter a menininha que ele tanto sonhava. Quando ela nasceu, eu descobri que ele me traía a muito tempo, e fui tirar satisfações. Ele me bateu tanto naquele dia, e eu apaguei. Quando acordei estava no hospital e o menor dormindo no sofá do lado. O médico tinha me dito que o meu marido tinha me largado ali e falado para eu não procurar mais ele.

Isabela: E o que você fez?

Margarida: Eu fui até a casa dele, mas ele tinha se mudado com a minha menininha.

Beatriz: E você não procurou saber para onde ele tinha se mudado?

Margarida: Eu tentei, todos esses anos, mas eu nunca consegui achar.

Cabeça: A senhora se lembra o nome da menininha?

Margarida: Beatriz Trindade de Andrade

Beatriz: Oi?- Me surpreendo- Repete de novo

Margarida: Beatriz Trindade de Andrade

Grego: O loira esse é seu nome não é?- Pergunta e todo mundo me olha

Beatriz: É, mas a menininha não pode ser eu- Digo tentando me convencer- A minha mãe tentou me abortar e quando nasci fugiu, e pelo que eu sei eu não tenho nenhum irmão

O pessoal fica me olhando aflitos, e o menor e a tia Margarida com uma cara de surpresos

Beatriz: É impossível

Lorena: Pode ser coincidência o nome- Ela diz tentando me acalmar- Mas para garantir, cadê seu rg?

Beatriz: Tá lá na minha bolsa

Lorena: Vou lá buscar

Beatriz: Meus documentos não tem o nome da minha mãe

Lorena: Por que?

Beatriz: Porque ele não me registrou com o nome dela, nem nunca me falou o nome dela

Margarida: Eu estou indo dormir, boa noite crianças- Diz dando um beijo nas nossas cabeças

Menor: Pequena vem cá- Diz levantando e eu vou atrás. Ele vai para o outro lado da casa, aonde tem redes- A gente precisa tirar essa história a limpo 

Beatriz: Eu não quero, eu passei anos sofrendo com o fato da minha mãe ter me abandonado, agora que eu estou bem eu não quero voltar a ficar mal- Digo chorando

Menor: Pequena por favor, por mim e pela minha mãe

Beatriz: O que você quer que eu faça?

No alto do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora