𝐯. 𝑇𝑈𝑅𝑁𝐼𝑁𝐺 𝑃𝐴𝐼𝑁 𝐼𝑁𝑇𝑂 𝑃𝑂𝑊𝐸𝑅

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PARTE 3 | CAPÍTULO 5
TRANSFORMAR DOR EM PODER

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Quando eu começar a cuspir fogo, quero ver você me domar
E você pode pensar que sou fraca sem uma espada
Mas eu estou mais forte do que nunca

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𝐌 𝐎 𝐑 𝐓 𝐈 𝐂 𝐈 𝐀

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𝐌 𝐎 𝐑 𝐓 𝐈 𝐂 𝐈 𝐀

A porta do quarto estava aberta quando me aproximei. Me apoiei no batente da porta, observando os atos silenciosos do monge conforme ele vasculhava o baú em frente a uma das camas. Especificamente a que Nimue ocupava.

O monge abriu o móvel de madeira gasta, empurrando panos escuros que cobriam o vestido azul que poucas pessoas dali teriam acesso. Ele levou o tecido ao nariz, sentindo o cheiro feérico.

A Espada Alma estava em sua mão, ele a segurando firmemente, como se soubesse que tentariam roubá-la. No meu caso, recuperar o que me foi tirado.

- Sei que está aí - disse ele. - Morticia.

O capuz do mandou cobria parte de seu rosto, mas ali, no cômodo ocupado somente por nós dois, eu percebi como ele mudou. Ele estava mais alto, mais forte, as feições sombrias que causavam medo naqueles mais fracos e que tinham juízo.

- É a sua especialidade, certo? - retruquei, cruzando os braços. - Identificar feéricos pelo cheiro ou seja lá o que for.

- Por que está aqui? - perguntou. - Odeia qualquer quesito religioso.

- Não é como se eu tivesse desejado isso - afirmei. - Eu só acordei aqui. E sem minha espada, a qual eu gostaria que me devolvesse.

Mas ele não me respondeu. Seus olhos desceram em meu corpo, analisando-o igual fiz com ele. Mas seus belos olhos pararam em minha mão esquerda. Como se queimasse, ele encarava o fino anel de ouro com um pequeno rubi acoplado em meio a outros diamantes delicados e caros.

- Por que ainda usa a aliança? - perguntou, sua voz quase fraquejando. - Não tem mais motivo para isso.

Era verdade, não tinha mais motivo. Eu nunca admitiria em voz alta para ele, mas lá no fundo, na única parte em meu coração que permanecia boa, eu tinha esperança de que eu pudesse vê-lo igual a anos atrás, quando ele ainda me amava e a religião não tinha o corrompido. Quando éramos felizes.

- Gosto de joias - respondi, simplesmente. - Sabe disso.

- Sei - concordou, perdido em pensamentos. - Eu lhe dava joias todos os meses. Você odiava colares, dizia que os irritava. Suas preferidas eram as coroas de ouro e prata. Lembro de te dar anéis, mas o único que você usava era esse.

Too Far Gone 𖣴 𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora