𝐯𝐢. 𝐾𝐼𝐿𝐿𝑆 𝐻𝐸𝑅 𝑂𝑊𝑁 𝐷𝑅𝐴𝐺𝑂𝑁𝑆

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PARTE 4 | CAPÍTULO 6
QUE MATA OS PRÓPRIOS DRAGÕES

Você tem que limpar
a sujeira de suas mãos
Cuidado filho, você tem
planos de sonhador
Mas fica difícil de suportar

𝐌 𝐎 𝐑 𝐓 𝐈 𝐂 𝐈 𝐀

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𝐌 𝐎 𝐑 𝐓 𝐈 𝐂 𝐈 𝐀

Eu odiava viajar de barco. Seu balançar sempre me deixava enjoada, por isso na maior parte do tempo eu tentava dormir e acorda somente quando chegássemos ao destino.

Mas eu também odiava lagos esverdeados cuja serração o deixava parecido com uma cena de horror. Talvez um monstro saísse dali e nos devorasse vivas. Então eu o queimaria até virar cinzas.

Me equilibrei, levantando a barra do vestido quando pisei na margem. Nimue, que saíra antes, puxando o barco para amarrá-lo a um tronco ali caído.

Ela tentou me distrair conversando quando não conseguia dormir. Falamos sobre tudo, a vida, como eu fui perder minha espada, sobre como esperávamos que as coisas melhorassem no futuro.

Subimos a encosta repleta de raízes, eu me preocupando onde pisar quando Nimue me puxou para o chão, nos escondendo atrás de uma árvore. Ela levou o dedo aos lábios, me mandando ficar quieta.

— Viajaram contra o vento. Assim ficou fácil para os cães farejarem — disse um homem se aproximando lentamente. — Passaram pelos ramos, e não pelos pastos. Foi fácil encontrá-las. Nascido ao alvorecer...

Para morrer no crepúsculo — finalizou Nimue.

O senhor sorriu docemente, nos esticando a mão para nos levantarmos. Logo, nos guiando para entrar na carroça. La dentro, um pai e sua filha pequena se escondiam com medo.

— Nos os encontramos hoje cedo. Clã dos Cobras, fugindo da Lagoa de Harrow a 160 quilômetros. As florestas estão cheias de sobreviventes feéricos. Os paladinos nos mantêm ocupados.

Vendo que o pai e filha ainda estavam assustados, Nimue os assegurou que não os machucaríamos. Tentei forçar um sorriso, o pequeno ato ficando mais difícil a cada dia que se passava.

— Esta é Clothilde, minha esposa — nos apresentou a mulher ao seu lado. — E eu sou Dizier.

— Sou Nimue — disse minha amiga. — E ela é Morticia.

Inicialmente, eles não pareciam me reconhecer, mas depois que Nimue nos apresentou, fizeram uma pequena reverência. O ato sempre foi necessário, mas às vezes eu o achava abominável.

— Como sabem quem sou? — perguntei ao casal. Humanos não costumavam me reconhecer.

— Seu rosto é conhecido, majestade. Todos dizem sobre a aura pesada ao seu redor, além do calor. Corre muito perigo sem uma cavalaria ao seu entorno.

Too Far Gone 𖣴 𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora