Capítulo 30

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Marcinha passou a manhã toa inquieta e preocupada com a ausência de Helena. Não teria aulas com ela, mas o fato de não poder vê-la a deixara chateada. Pensou mil coisas que pudesse ter acontecido, sendo tranquilizada por Santana que comentou que os horários de Helena eram flexíveis e que nem todas as manhãs teriam a presença da tão adorável professora.

Como tinha o contato de Helena ficou pensando se deveria ligar ou mandar uma mensagem, porém temia ser invasiva. Não tinham intimidade o suficiente para trocarem mensagens feito duas comadres. O jeito era se conformar e esperar para encontrá-la no dia seguinte, durante a aula.

Rodrigo vendo a irmã quieta a convidou para darem uma volta de moto pela orla e se sentar na praia para conversar, o que ela aceitou de imediato.

Mesmo com temperamentos tão diferentes, os dois se davam muito bem, aconselhavam um ao outro sempre e ele não media esforços em querer proteger sua irmãzinha. Sempre dizia se algum rapaz a fizesse sofrer, deveria também aguentar as consequências e que não hesitaria em dar uns bons sopapos no sujeito.

Durante toda a conversa Rodrigo percebera que a irmã tocava muito no nome da professora e que seus olhos brilhavam, a expressão ficava diferente. Ele fora percebendo que talvez sua irmã pudesse estar apaixonada e sabia que tanto o pai como a avó eram conservadores demais e jamais aprovariam o fato dela se envolver com uma mulher, ao contrário dele que só desejava que fosse feliz e que estaria pronto para ouvi-la.

RODRIGO -Do jeito que fala dessa tal Helena, ela deve ser um máximo mesmo. Gostaria muito de conhecê-la.

MARCINHA -Maninho, você iria amá-la, alias é impossível alguém não gostar daquela professora. Ela e sempre carinhosa, tem as palavras certas, fora que é divertida, inteligente, muito bonita.

RODRIGO -Má, estive pensando, depois que a mamãe morreu, não sei se quero continuar morando em São Paulo, só que não quero morar com o papai, nossa convivência é complicada, somos extremamente incompatíveis, ele não me entende e não consigo perdoá-lo do que fez, sem contar que em pouco tempo ele vai querer levar aquela mulherzinha pra casa e isso não vou aceitar.

MARCINHA -Oh meu irmão, seria tão importante se você e o papai se entendessem! Os dois são muito orgulhosos e cabeças-duras, mas me diz o que tem em mente?

RODRIGO -Estive pensando em alugar um flat só para mim, com a herança da mamãe posso viver muito bem, não uma vida de luxo, mas também não passarei fome. Só que pensei que de repente poderia trabalhar lá como professor de teatro o que acha?

MARCINHA -Nossa maninho vou amar! Que orgulho, meu irmão professor da Ribeiro Alves, mas olha só, fique o senhor sabendo que mesmo sendo muito boazinha, quietinha não facilitarei se alguma garota assanhada ficar dando em cima de você ouviu!

RODRIGO -Meu Deus, que maninha mais ciumenta! – debochou, fazendo-lhe cócegas e então ela se levantou e correu dele, que foi em seu encalço. Para recuperarem o fôlego, foram de mãos dadas até o mar, se deixando levar pela massagem gostosa que as ondas faziam nos pés e de repente alguém puxa Marcinha pela camiseta.

LUCAS -Oi amiga, lembra de mim? – perguntou o garoto todo sorridente,

RODRIGO -Quem é esse garotão bonito Marcinha? – perguntou curioso, ao mesmo tempo simpático com o menino

MARCINHA -Esse é o Lucas, filho da professora Helena. Oi Lu, tudo bem? Cadê a mamãe? Não está sozinho aqui não né? – Perguntou num misto de preocupação e ansiedade em ver Helena.

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