Capítulo 6

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O telefone de Téo tocava insistentemente e ele só percebera após 8 chamadas consecutivas, pois estava cuidando de suas orquídeas junto com Helena.

Ao atender constatou que a ligação era de sua irmã, Lorena.

Os dois não conversaram por muito tempo, apenas o suficiente para que ela lhe desse uma notícia não muito agradável e que o casal deveria retornar de viagem o quanto antes possível e não mais ao cair da noite como haviam planejado.

Helena percebeu a tensão no rosto do marido e sentiu seu coração sobressaltado com medo de ser alguma coisa com o seu filho.

HELENA -O que houve Téo? Quem telefonou? Alguma coisa com o Lucas?

TÉO -Fica calma meu bem, não aconteceu nada com o nosso filho, aliás ele está ótimo na casa da Helô jogando com o tio Leandro. Quem me ligou foi a Lorena para avisar que a mãe de uma aluna do colégio faleceu e que seria importante que você, enquanto coordenadora pedagógica e professora fosse ao enterro dar uma força para família, em especial a menina.

HELENA -Poxa, que triste. Sua irmã disse o nome da aluna?

TÉO -Parece que é Paulinha...não, Marcinha, isso mesmo. Márcia Andrade de Melo.

HELENA - Engraçado, não estou me lembrando dessa garota. Talvez seja aluna nova. Os pais dela será que são conhecidos?

TÉO -A Lorena me disse que a mãe se chama Isabel e o pai é um neurocirurgião famoso, o doutor César Andrade de Melo.

Nem bem Téo pronunciou aquele nome, Helena sentiu suas pernas fraquejaram, seu coração bater fora do ritmo e seu semblante empalidecer.

TÉO - Helena, o que houve benzinho? Você está pálida!

HELENA -Meu amor, não estou me sentindo muito bem. Estou um pouco tonta, por favor me ajude a me levantar.

Mais que depressa ele a pegou no colo e a acomodou em um dos bancos do jardim.

Ouvir aquele nome depois de tantos anos era emoção demais para um só dia, principalmente porque o ouviu da boca de seu marido.

FLASH BACK ON

Na juventude César fora o namorado de Helena. Se conheceram em uma festa dos universitários de Medicina que foi acompanhando uma amiga da escola.

Ela e sua amiga falsificaram o RG para poderem entrar na festa, pois as duas tinham 17 anos.

Helena sempre fora uma garota precoce, espirituosa, aventureira. Seus pais viviam de cabelos em pé com ela que sempre fazia o que lhe dava na telha. Sempre foi a garota mais cobiçada da escola e nunca deu bola para nenhum pois os considerava bobinhos demais, preferia os garotos mais velhos, os achava mais interessante.

Na festa, sua amiga a deixou sozinha por um momento e então um rapaz que desde que havia chegado não parou um minuto sequer de olhar para ela.

O rapaz em questão era César, estudante do 4º ano de medicina, alto, atraente, tinha um olhar firme e um tanto sedutor e não precisou de muito para chamar a atenção de Helena. De repente ninguém mais existia naquele lugar, somente os dois que ficaram juntos a noite toda, conversando, dançando e em um determinado momento ele a chama para um lugar mais reservado o que é aceito de imediato.

Mesmo sendo tão nova, Helena sabia das reais intenções do garoto. Não iria transar com o rapaz logo no primeiro encontro, mas não perderia por nada a oportunidade de provocá-lo com o intento de fazê-lo correr atrás dela como um cordeirinho. Seus planos deram certo e foi somente depois de meses se encontrando as escondidas, já que o pai não via com bons olhos sua primogênita se relacionar com um rapaz mais velho, embora a diferença de idade fosse de apenas 5 anos.

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