Sexta-feira, dia do aniversário do Cauê. Tinha comprado um presente bem bacana para ele.
Hoje o dia não começou muito bem, acordei depois do despertador e tive que me arrumar e arrumar a Manu nas pressas. Antes de sair de casa só tomei um copo de café e fiz a Manu comer seu cereal. Estava com uma dorzinha de cabeça incômoda que não sumiu nem com o remédio que tomei.
E ainda por cima, quando fui estacionar o carro no prédio onde trabalho, acabei arranhando a lateral do meu carro porque algum bonitão resolveu colocar uma moto estacionada perto da minha vaga, me atrapalhando na manobra.
O dia hoje vai ser longo...
Pelo menos o elevador resolveu colaborar comigo e não parou em nenhum dos outros andares, somente parou no do Cauê.
Carol estava sentada na cadeira da recepção e quando eu sai do elevador ela abriu um sorriso.
– Pensava que o Cauê ia chegar e nada de você aparecer sua chata! – ela segurava alguns balões coloridos nas mãos e nós usamos a nossa chave de emergências (aquilo poderia ser classificada como uma surpresa de emergência).
– Culpa do despertador Carol...
– Sei, agora o nosso tempo tá bem reduzido. A atendente dele está atrasando o Cauê como pode, mas temos que correr agora!
Trabalhamos rápido em montar uma pequena mesa de café da manhã, tinham alguns pães, patês e frios. Uma garrafinha com café e uma jarra de suco. Um pequeno bolo confeitado que a Carol tinha feito enfeitava a mesa central. Espalhamos os balões pela sala e assim que arrumamos mais ou menos escutamos barulho de pessoas do outro lado do corredor.
Não tivemos tempo nem de apagar a luz nem nada, Cauê já entrava em seu consultório.
– Não sei não viu Débora, nunca vi uma pessoa para demorar tanto quanto você... – ele olha para nós e abre um enorme sorriso.
– PARABÉNS! – eu e Carol falamos em uníssono e pulamos nele.
– Obrigado suas loucas, mas eu não disse que a chave só era para ser usada em casos de emergência?
– Emergência surpresa! – Carol fala e todos nós caímos na gargalhada.
– Vamos comer, que esse cheiro já tomou de conta da sala inteira e meu estômago acordou pra vida! – ele nos puxa para perto da mesa e traz junto a Débora. – Agora eu entendi o motivo de você me fazer pular o café da manhã... Vai pedir alguma coisa no escritório, você já sabia não é Débora?
– Claro que sim, somos parceiras no crime – falo rindo e vamos comer alguma coisa.
Estava tudo maravilhoso, e passamos um bom tempo conversando, eu só tinha cliente às dez da manhã e o Cauê somente às onze. Carol só ia fazer uma tatuagem de tarde, então conseguimos conversar bastante.
Depois de limpar e guardar tudo, cada um voltou para a sua rotina. E eu tinha que atender essa cliente nova, que veio de indicação de uma das minhas colegas de trabalho. Ela ia sair de férias por dois meses e queria que eu encaixasse alguns dos clientes dela. E eu acabei aceitando alguns.
Dez horas em ponto uma senhora simpática entra no meu escritório.
– A senhora deve ser a Maria Rita não? Muito prazer, meu nome é Alice Santos.
– Sim. O prazer é todo meu Alice.
– Vamos entre, sinta-se à vontade.
Uma senhora tão simpática, mas com uma história tão triste. Perdeu a filha em um acidente, perdeu o marido há pouco tempo. Família pequena, mas o carinho dela é com o neto. Deve ser um rapazinho fofo, foi criado por ela. Ela não me parecia ter problemas.
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Amor na Segunda Volta
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