XVIII. E a festa continua...

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Então ele tinha vindo.

Claro que sim, eu tinha convidado e ele ficou super animado para ir. E saber que tinha sido ideia da Manu convidá-lo só serviu para animar mais ainda ele. E minha fome tinha ido dar um passeio.

E precisava vir tão bonito? Mas que inferno.

Ele me olhava de longe e vestia uma fantasia de Robin Hood, ou era arqueiro sei lá, só sei que ele tinha um capuz e um arco e flechas. Minha filha estava por perto e logo reconheceu o Ricardo, ela ficou toda feliz quando ele chegou e foi logo abraçando o pai dela...

Mas ela não sabia disso. Para ela, ele ainda era o tio Rico.

Corro meus olhos pelo salão procurando a Carol e o Cauê, mas não vi nem sinal dos dois. Ainda bem. Acho que os dois não vão ficar nenhum pouco felizes com a chegada dele.

Manu procura alguma coisa pelo salão e quando me vê ela acena e vem correndo em minha direção, segurando a mão do Ricardo. Lá vamos nós...

- Mãe, olha quem chegou...

- Oi Ricardo - falo o mais simpática possível.

- Como vai Alice?

- Bem, obrigada e você?

- Muito bem também, obrigado.

- Mãe, o tio Rico disse que comprou uma boneca pra mim do meu tamanho! E um castelo enorme! E a minha boneca, será que as minhas roupas vão caber nela?

- Acho que sim...

- Quando é que eu vou poder ver os meus presentes mamãe?

- Só amanhã meu amor. Mas quem sabe, se você ainda tiver forças hoje, podemos ver os seus presentes hoje...

- Obaaa! - ela olha para trás de mim e solta um grito. - O Miguel chegou! - ela sai correndo e a perco em meio a quantidade de crianças.

- Ela está bem animada não é? - Ricardo fala.

- Não parou quieta desde que chegou. Só a vi sentada por meio minuto, enquanto comia um cachorro-quente.

- Você fez uma festa linda para ela...

- Obrigada.

- Eu queria saber se você não precisava de... Er, se você precisava de... Quer dizer, se alguma ajuda, com relação ao financeiro dela...

- Não é necessário Ricardo - falo rápido. Rápido até demais.

- Não quis ofender nem nada, eu...

- Não ofendeu Ricardo, só não acho que tenha a necessidade de você me ajudar. O que eu quero que você dê a minha filha é afeto só isso...

- Isso eu dou Alice. Mas tem outra coisa... Gostaria de saber quando é que eu vou ser mais do que um amigo seu...

- COMO? - minha voz sai mais alta do que eu pretendia.

- Isso saiu errado, queria saber quando é que eu vou ser mais do que seu amigo, e passar a ser pai da Manu. Com ela sabendo quem eu sou, de verdade, não um amigo seu...

- Ah, eu, er... Ricardo, eu andei pensando muito nisso. E eu acho que depois do aniversário dela é uma boa oportunidade. Tenho que conversar com ela antes, explicar algumas coisas, o que vai acontecer com ela. Só depois vou deixar você ter uma conversa um a um com ela...

- Obrigado Alice. Isso é demais.

- Não magoa minha filha Ricardo, senão vou me certificar que você nunca mais tenha nenhum filho e você nunca mais vai vê-la, nem por foto três por quatro... Tá me entendendo?

Amor na Segunda VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora