XXVII. As palavras que tanto quis ouvir

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Uma enfermeira tinha sido solidária comigo e tinha me ajudado a arrumar as cadeiras da sala de espera em uma cama pequena e extremamente desconfortável. Não que eu tenha dormido de algum jeito. Tinha nos arrumado também dois cobertores também.

Samuel dormia torto na cadeira. Parecia muito cansado e estava muito grata por ele estar ali comigo. O Sol começava a querer brilhar no horizonte.

Quando a enfermeira estava saindo do seu turno, ela fez a gentileza de me acordar e dizer que já estavam arrumando um quarto para o meu pai ser transferido. A agradeci imensamente e logo já pegava o meu celular para ligar para a minha mãe.

– Oi filha – ela atende nos primeiros toques, acho que ela também não tinha dormido muita coisa.

– Mãe, o papai já foi transferido para um quarto, já podemos ir visitá-lo...

– Que maravilha filha. Já estou saindo daqui de casa e daqui a alguns minutos eu chego aí filha. Até breve filha – ela nem me dá a oportunidade de se despedir de mim, já desliga.

– Bom dia – falo para o Samuel que acaba de acordar e tenta se espreguiçar. Ele me parece um pouco mais descansado.

– Bom dia linda. Alguma novidade?

– Meu pai já vai poder receber visitas em breve, uma das enfermeiras me disse que ele já estava sendo colocado num quarto.

– Que maravilha meu amor.

– É sim – dou um sorriso fraco. – Minha mãe já está voltando para cá.

– Você poderia aproveitar e quando ela chegar você ir para casa, tomar um banho e tentar descansar um pouco...

– Acho que talvez hoje eu consiga descansar mesmo.

Minha mãe chegou e tive que escutar um pouco dela por ter dormido ali no hospital. Mas sei que ela ficou feliz por eu não ter deixado o meu pai ali sozinho. Samuel fez questão de ir me deixar em casa, me esperar tomar banho e me levou para tomar café. Porque o café dele, nas suas próprias palavras, não era nada nutritivo e eu precisava comer alguma coisa.

Mas eu comi no automático. Não conseguia sentir fome. Ele me levou de volta para casa e quase que me obriga a descansar um pouco. Estava bem cansada porque consigo dormir a manhã inteira. Acordo bem mais disposta, e me surpreendo ao ver que o Samuel ainda estava lá em casa.

– Como se eu fosse te deixar sozinha num momento desse...

– Mas não precisava fazer isso meu amor, mas muito obrigada – vou lhe dar um abraço.

– Que tal irmos almoçar alguma coisa e eu te deixo de volta no hospital? – ele fala e vejo pequenas olheiras querendo aparecer debaixo dos seus olhos.

– Só se você me prometer que depois que você passar no hospital, ir descansar. Porque você já fez demais por mim e eu preciso saber que você está bem.

– Combinado meu amor – ele pega a minha mão e dá um beijo.

Volto pro quarto e ponho uma roupa bem confortável. Pego minha bolsa e coloco algumas besteiras que talvez pudesse precisar. Samuel está sentado no sofá e olhava para o teto quando voltei.

– Prontinho meu amor – falo e vamos almoçar.

Samuel mais uma vez me obriga a comer, mesmo eu não conseguindo sentir fome. Levo almoço para minha mãe caso ela não tenha comido também e Samuel vai me deixar no hospital.

– Nem tenho como te agradecer meu amor – falo desafivelando o cinto quando Samuel estaciona.

– E nem precisa. Fica bem tá minha linda, e precisando de mim para qualquer coisa, pode me ligar...

Amor na Segunda VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora