Bônus - Um conto de ano novo.

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Finalmente tinha chegado a data do ano novo.

Muita gente fazia um zilhão de promessas que nunca iriam cumprir. Diziam que iam emagrecer, parar de beber, começar a beber, arrumar uma família.

E eu só queria uma coisa para esse ano novo.

Paz e saúde pra minha família e amigos.

Estava de coração apertado. Manu estava longe de mim, ia passar o ano novo com a minha mãe na praia e por conta do trabalho, acabei por ficar em casa.

Não estava nem com muita vontade de sair. Olhei para o vestido branco pendurado no meu armário, novinho, lindo. Não sabia para onde eu iria.

Carol tinha me chamado para ir no apartamento dela. Disse que ia receber uns amigos, e gostaria que eu fosse. Eu pensei sinceramente em não ir, não estava muito no clima de festa. Estava mesmo era com saudade da minha filha, pensei em ligar pra Carol e dizer que não estava passando bem e ir encontrar minha filha.

Mas não me parece legal terminar o ano mentindo para minha amiga. Além do mais não daria tempo de chegar à tempo. E eu já tinha dito a Manu que só ia no dia seguinte.

Engoli a preguiça e a vontade de ficar em casa e entrei no chuveiro para me refrescar.

Coloquei tudo novo. Sutiã novo, calcinha nova, vestido novo, sandália nova. Esse ano decidi que ia ser um ano bom. Vou batalhar para que as coisas deem certo e vou me dedicar mais à família.

Coloquei um batom vinho bem forte e caprichei no olhar. Para quem não queria sair, acabei por me arrumar demais. Mas estava bonita. Peguei uma bolsinha, coloquei meu celular e um espelhinho dentro, meus documentos e chaves do carro.

Parti para o apartamento da Carol e por um milagre não tinha muitos carros na rua. Estacionei o carro facilmente em frente ao hotel da Carol e aprumei o vestido antes de entrar.

Quando chego no andar dela, me espanto com a quantidade de gente que está lá dentro. Reconheço alguns amigos da Carol, mas muita gente ali me parece desconhecida.

Encontro a Carol conversando com duas meninas perto da cozinha e quando eu a vejo, vou falar com ela.

– Ainda bem que você veio Alice. Por alguns momentos eu pensei que você não vinha.

– E por alguns minutos eu também pensei isso.

Rimos e nos abraçamos. Ela segura minha mão e me leva onde o Cauê conversa com um casal, ele parece animado ao falar sobre alguma coisa sobre clareamento dental e eu e a Carol não nos aguentamos, caímos na gargalhada.

– Posso saber qual é a graça suas nojentas? – ele pergunta, mas percebemos que ele não ficou nem um pouco chateado.

– Nada não Cauê, só acho lindo como você é uma pessoa tão apaixonada pelo trabalho assim – Carol implica com ele.

– Sou mesmo – ele nós dá língua e nos puxa para um abraço apertado. –Meus anos são sempre melhores quando eu passo com vocês...

No meio de um mar de branco eu vejo uma camisa azul clara. E quando eu presto mais atenção nele percebo que é o Samuel. Vou lá falar com ele.

– Sam, olá – falo chamando sua atenção. Quando ele se vira, abre um sorriso e me dá um abraço.

– Olá Alice, como você está?

– Muito bem, obrigada por perguntar... E você?

– Estou muito bem também. E onde está a pequena? Não veio com você?

– Ela está passando a virada com os avós.

– Entendo... Não estava nem pensando em vir, sempre passei os finais de ano com a minha avó, mas ela esse ano resolveu ir numa viagem com o grupo da igreja...

Amor na Segunda VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora