Sinto uma mão alisar meu braço, meus olhos estavam pesados demais para conseguir abri-los, minha cabeça lateja tanto de dor quanto de informação com tudo o que aconteceu. Se eu bem conheço essa família me deram calmante, mas eu nunca gostei do efeito desse medicamento por deixar meu corpo molengo. Por outro lado, me fez bem eu estava muito fora de mim.
Me viro para Camille ficando de frente pra ela, abro meus olhos para vê-la e os seus me encaram preocupados.
- Que horas são? - Pergunto baixo, vejo minha noiva levar o braço perto do rosto e olhar seu relógio de pulso para me responder.
- Cinco e vinte. - respondeu baixo.
- Eu quero ir embora, não tenho mais nada para fazer aqui. - Digo me sentando na cama olhando para o quarto de Laura, seu gosto sempre fora estranho.
- Enquanto você dormia fiquei pensando como será depois. - Camille fala se sentando me olhando nos olhos em seguida.
Consigo sentir sua aflição, entendo que ela esteja preocupada afinal ela presenciou meses do meu tormento noturno.
- Não precisa se preocupar, não irei ficar ruminando este acontecimento. Eu entendi nas consultas que meu estado mental é mais importante. Isso para mim agora é passado. - Acaricio seu rosto e beijo sua mão, me colocando de pé em seguida. - Mas antes de ir quero conversar com dona Maria.
Camille assenti com a cabeça, levantou da cama e veio em minha direção abraçando em seguida. Eu nunca poderei definir o quanto seu abraço me passava segurança.
Saímos do quarto encontrando dona Isaura na cozinha confeitando os pães, ela sempre foi uma confeiteira de mão cheia fazendo sua agenda ficar lotada de encomendas. Me aproximo dela e deposito um beijo em seu rosto agradecendo em seguida. Puxo Camille para sentar e me junto a ela na mesa, dona Isaura não deixará que eu saia sem antes me alimentar.
- Onde está Laurinha tia? - Vendo a casa silenciosa é de se estranhar.
- Ela saiu a pouco para fazer umas entregas no centro, estava esperando você levantar, mas vendo que não saia do quarto preferiu ir antes que anoitecesse. - Suas mãos espalhavam coco ralado no pão doce.
- Poxa, eu queria me despedir. - Pronuncio chamando sua atenção.
- Filha fique com a gente hoje, já esta tarde.
- Não vou conseguir, desculpa. - Peço realmente sabendo que não conseguiria ficar em sua casa, e sinto que Camille está desconfortável. - Eu só gostaria de falar com Maria.
- Com você não adianta teimar, vou lavar as mãos e ligar pra ela. Enquanto isso tomem café, não vão sair daqui de estomago vazio. - Como eu pensava.
Dona Isaura foi pra sala fazer a ligação. Peguei duas xícaras que já estava exposta na mesa com as outras e a garrafa de café, coloquei para mim, em seguida para Camille.
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Aos Seus Pés - Romance Lésbico - Concluída(Sem Revisão)
RomantikDuas mulheres com traumas, ambas por terem perdido pessoas que amavam. Anabella Vieira e Camille Barcelar são pessoas marcadas pelo passado. De personalidades fortes as duas têm dificuldades de confiar nas pessoas e manter vínculos. Depois de várias...