— Para, para. - Bella pedia enquanto se debatia na cama.
— Menina acorda, Anabella. - Camille sacudiu a jovem fazendo a despertar e se recolher na cama por ainda não assimilar onde estava. — Shi, sou eu Camille. Está tudo bem, foi só um sonho ruim. - disse se aproximando devagar e puxando Bella para um abraço. — Você está segura. - Tentou confortar, enquanto a jovem respirava ofegante em seu peito.
— Ele não sai da minha mente, ele não me abandona. - Falou com a voz tremula dando indicio de choro.
— Ele quem? - Camille perguntou, mas não se ouviu respostas. Se ajeitou na cama com Bella ainda no seu abraço e ficou acariciando o rosto da jovem, cantando baixinho para tentar acalma-la. Entendeu que se ela não contou precisava de tempo.
Era madrugada e ventava do lado de fora pela cortina que balançava com a greta da janela aberta.
Camille não conseguiu dormir novamente e ficou zelando o sono da jovem que adormeceu minutos depois de seu afago. Sua mente vagueava em apenas duas pessoas do sexo masculino que se lembrava de estar na vida de Anabella. Diogo e o pai.
Não adianta tentar fugir, se esconder, nossa mente sempre vai ser traiçoeira enquanto não aprendermos a lidar com os traumas em processo de cicatrizes.
Pela manhã quando Camille viu o quarto ser clareado, pegou seu celular desligado na cabeceira da cama e ligou. Várias notificações caíram no aparelho assim que se conectou a internet, mensagens do seu superior, ligações, e-mail, mas ignorou todas seu intuito era apenas de saber as horas. Vendo que passava das seis acordou Bella com beijos e carinhos para que não a assustar.
— Menina precisamos tomar café da manhã e seguir viagem. - disse baixo alisando o rosto da jovem.
— Mais já? - perguntou manhosa se espreguiçando.
— Infelizmente já.
Anabella sentou na cama e ficou olhando para um ponto especifico do quarto, o sono ainda a rodeava. Bocejou levando a mão na boca, com a outra passou no olho. Balançou a cabeça negativamente e encarou Camille que assistia a cena toda com cara de paisagem.
— O que foi? - quis saber a jovem.
— Eu ainda não me acostumei com esse ritual que você faz as vezes, isso é pra esperar a alma voltar para o corpo? - perguntou séria.
— Engraçadinha. E você acorda sempre com humor de manhã? - Camille assentiu com a cabeça, Bella não demonstrou mal estar por causa do sonho fazendo a agente se questionar se a jovem lembrava ou não do que aconteceu pela madrugada. Resolveu questionar em outro momento.
Depois de arrumarem tudo, se vestir, desceram já com as mochilas para o café, Camille estava inquieta queria saber o que houve, mas não queria perguntar para não estragar o momento das duas juntas.
— Você ficar estalando os dedos não vai me fazer adivinhar o que está pensando ainda mais me encarando desse jeito, diga o que foi? - Questionou a jovem cortando uma fatia de bolo de chocolate.
— Desculpa é que... Você não lembra de nada desta noite?
— Lembro sim, obrigada por ter cantado pra mim. - Bella falou levando a xicara a boca e bebericando do liquido quente e preto.
— O que houve? - Barcellar perguntou confusa, viu a jovem suspirar e repousar a xicara na mesa.
— Sonhei com meu pai, desculpa ter acordado você imagino que não conseguiu dormir depois disso. - A agente concordou. — Irei procura-lo ver como está, minhas sessões com a psicóloga têm me ajudado a esclarecer muitas coisas.
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Aos Seus Pés - Romance Lésbico - Concluída(Sem Revisão)
Roman d'amourDuas mulheres com traumas, ambas por terem perdido pessoas que amavam. Anabella Vieira e Camille Barcelar são pessoas marcadas pelo passado. De personalidades fortes as duas têm dificuldades de confiar nas pessoas e manter vínculos. Depois de várias...