☀️

10 1 0
                                    

  No dia seguinte acordo com algumas dores no corpo e com a cabeça como se estivesse prestes a explodir, levanto e me deparo que havia adormecido no chão da sala, me lembrando do ocorrido de ontem coloco a mão em minha cabeça.

- Eu sonhei?- Me questiono.

- Me sinto acabado e totalmente deslocado, então surpreso me espanto:

- Henry!

  Tento ligar para seu número mas cai na caixa postal.

  E têm sido assim todos os dias, ligo inúmeras vezes para ele mas sem sinal algum, ando de um lado para o outro dentro de casa pensando se está bem e o que aconteceu, as vezes me pego perguntando se isso realmente é minha culpa, não tenho me alimento bem parei de ir a psicóloga e tudo que eu penso é : Onde está Henry?. Daria um ótimo titulo para um livro... Um livro trágico. 

  Cada vez que penso, mais me afundo, cada vez sempre mais e mais... Não tá fácil suportar esse sentimento de culpa esse vazio no meu peito, não me sinto bem nem quero estar bem só queria acordar e perceber que tudo não passou de um mero sonho, que tudo tenha sido efeito do remédio... Ah o remédio o único capaz de acabar com meu sofrimento...

  Um momento de adrenalina percorre meu corpo, em movimentos rápidos e desesperados subo os degraus da escada e vou em direção ao meu quarto, abro a gaveta, era como se alguém estivesse me controlando como um bonequinho, e naquele momento o bonequinho procurava se soltar das cordas que o prendiam mas não conseguia, e quem quer estivesse o controlando queria o ver perdido, totalmente sem falas, e incapaz de se mover.

  Reviro a gaveta à procura da caixinha que me mantém vivo, sem achar-lá desço apressado e vou para a cozinha e lá está, pego-a de cima do balcão tiro todas as cartelas e empurro todos os comprimidos para fora, os amontou e vou em busca de um copo d'água.

   Um único sentimento, uma única ação o bonequinho estava prestes a terminar a apresentação.

  Tremendo levo lentamente o que cabe em minhas mãos em direção a boca, as pílulas balançam entre os dedos e algumas até caíam.

                                                                           (TIM DIM!)

  Paro os movimentos, há alguém em minha porta, devo abrir? E se for o pai de Henry? Não importa, não mais, já estou morto não há mais nada em minha vida que me faça temer a morte. Em passos lentos vou até a porta e atendo.

  Antes das cortinas se fecharem uma mão surge do céus e liberta o bonequinho de suas cordas.

- Lohan? Está tudo bem? Por Deus, sua cara está horrível! 

Corro para um abraço, era tudo o que eu tinha, então aperto mais forte prolongando aquele momento. Quando finalmente nós separamos começo a chorar.

 - Ainda bem que está aqui- Digo entre soluços - Eu estava prestes a tentar tirar minha vida.

 - Oh Lohan não... Cheguei em um bom momento não é?

 - Sim Mya, por favor, entre.

  Mya era minha psicóloga, em um momento como este certamente ela foi enviada pelos anjos.

 - Conte-me Lohan porque queria fazer isso meu bem?

 - Mya não tenho mais ninguém a não ser você, supostamente terminei com Henry, e acho que tudo foi por minha culpa, o pai dele bateu nele me ameaçou e pediu que nunca mais os procurasse porque ele estava bem sem mim eu não sei o que fazer!

 - Lohan se acalme, estou aqui como sua amiga agora como prometido lembra? Não se preocupem vou te ajudar.

 - Me lembrar? Do que exatamente?

 - Você me pediu para vir até aqui alguns dias atrás porque precisava de um amigo para conversar, eu disse que iria, porém estava ocupada com alguns pacientes e só poderia vir hoje... Lohan tem tomado os remédios além da dosagem que eu recomendei?

 - Talvez- Respondo, mas o som quase não sai.

 - Sabe que não permiti isso e pelo visto você pretendia tomar ainda mais- ela aponta para o balcão da cozinha.

 - Lohan como sua amiga não quero que você faça nada estupido como o que estava prestes a fazer agora ok? E sobre Henry... bom aconselho que você espere as coisas se acalmarem e use esse tempo para cuidar de você também.

- Como? Como posso fazer isso se nem notícias eu tenho dele!

  E nesse momento é como se minhas preces fossem atendidas, uma notificação em meu celular aparece sobre uma nova publicação que Henry fez.

- O que!- Levo as mãos em minha boca como espanto e mostro o celular para Mya.

 - Não é por nada não Lohan, mas como eu disse Henry me parece bem na foto, e você também deveria estar.

  A foto mostrava Henry sorridente e com um copo na mão conversando com varias pessoas que não conheço na legenda dizia "Quem é vivo sempre a casa retorna"

 - Mas que p**ra- Digo frustrado.

 - Lohan, antes de pensar no Henry pense em você, poxa você tentou se matar agora pouco tem noção disso? Você estava disposto a deixar tudo para trás por causa dele, ele faria o mesmo por você?

 - Você acredita que ele está bem, e que vai ficar bem agora?

 - Sabe Mya - Respiro fundo - Uma vez pensei que se um relacionamento não está indo bem não tem porque prolongar a dor se não terminar logo.

 - Concordo Lohan, vocês são adultos, tá na hora de você seguir em frente... se é o que você realmente quer, sabe, não há nada de errado em ser "egoísta" às vezes, você só está tirando um tempo para si, é até melhor porque assim você se conhece mais, explora seus gostos...

 - Tem razão- Seco algumas lágrimas - Me parece que Henry realmente sabe se virar, e que ele não se importa comigo, ótimo eu também!- Engulo seco o que disse e com muita vontade de chorar novamente - Mya não quero mais tomar esses remédios eles me fazem mal.

 - Eu sei Lohan, mas enquanto essas suas crises não passarem não tem jeito, mas eu posso te ajudar a ir diminuindo até você parar, vamos começar me diga o que você mais gosta de fazer?

 - Estava tentando ocupar minha mente antes de te conhecer e depois dele partir, mas não consegui pensar algo.

 - Você me disse que gosta de cozinhar não?- Mya dizia pensativa.

 - Sim mas quando tenho pra quem servir.

 - E você terá Lohan, vamos arrumar um emprego para você alguma cafeteira ou algum restaurante?

 - O que você me diz? 

  A olho indeciso mas com coragem digo:

 - Sim!





•Quando o inverno chegar•Onde histórias criam vida. Descubra agora