Nota: Esse capítulo contém descrições de crise de ansiedade, de violência e de sangue. Esse conteúdo pode ser sensível para determinadas audiências.
Com isso dito, boa leitura!
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Catra acorda no domingo sem vontade alguma de levantar de sua cama. No dia anterior, ela tinha se levantado apenas para cuidar das coisas de Melog. Assim como nas semanas anteriores, Catra não permite que o que está acontecendo com ela afete a forma como trata seu gato. Ela _nunca_ se permitiria fazer alguma coisa que machucaria ou prejudicaria Melog de qualquer forma.
Catra se vira e vê Melog dormindo enrolado. Ela acaricia os pelos dele e sorri fracamente quando recebe um miado ronronado de volta. O gato abre os olhos brevemente, mas então se estica na cama e volta a dormir, fazendo Catra soltar uma risada fraca.
Ela se esforça para se levantar, e quando o faz, sente como se um enorme peso se depositasse em seus ombros. Esse peso faz Catra sentir como se algo lhe esmagasse a caixa torácica, comprimindo seu coração. Ele drena suas energias, e quando ela chega à cozinha, ela sente como se tivesse passado um dia inteiro. Sua cabeça dói como se estivesse com sono, e ela sente algo pressionar contra seu estômago.
'É, parece que eu não vou comer hoje, também,' ela pensa, suspirando.
Depois de trocar a água de Melog e colocar comida para ele, Catra se senta em uma das cadeiras e observa enquanto o gato come. Um tempo se passa e ela resolve se levantar da cadeira, começando a caminhar em direção ao seu quarto. Quando está chegando, ela quase é derrubada por Melog correndo pelo corredor. Ele para na porta, se sentando e a encarando, desafiador.
-Melog… dá licença. - Catra pede, e o gato mia algo semelhante a um "não". Ela revira os olhos e começa a andar, mas para quando o gato sibila para ela. 'Era só o que me faltava,' ela pensa. - Qual é, Melog? - ela pergunta e tenta dar mais um passo, mas Melog sibila novamente. - O que que cê quer?
O olhar de Melog passa de ameaçador para o normal, e ele dá um miado longo, andando até ela. Ele passa entre suas pernas, se esfregando contra elas, e começa a andar. Catra bufa e o segue até a cozinha. Chegando lá, Melog a encara e bate uma pata contra uma das portas do armário. Ele mia novamente.
-Era só o que me faltava, - Catra murmura e anda até o armário, abrindo e pegando um pacote de biscoito e se sentando na mesa. Ela olha para Melog enquanto come, como quem diz "feliz agora?"
Melog parece feliz.
Ele sai da cozinha, basicamente trotando em direção à área de serviço. Catra continua a comer, o fazendo com certa dificuldade e quase deixando para lá. Então, Melog entra na cozinha novamente, com algo na boca. Ela só consegue identificar o que é quando ele se aproxima o suficiente.
-Que isso, Melog? - ela questiona, e Melog coloca a coleira e a guia no chão. Ele olha para Catra e mia. - Você sempre rejeitou isso e agora tá querendo…? - a resposta e um miado mais alto e grave. - Ok… ok. Vou trocar de roupa. Aí a gente sai. Cê tá esquisito hoje, hein?
Melog mia, satisfeito, e Catra não consegue evitar o sorriso que surge em seu rosto. Ela acaricia a cabeça dele e então se levanta para ir ao seu quarto. Dessa vez, Melog não a impede de entrar, e Catra cogita simplesmente se deitar na cama agora que o gato não a seguiu. Catra olha para trás sobre os ombros e, não vendo Melog, ela anda até a cama e se deita com as costas viradas para a porta.
Depois de alguns minutos, ela sente um peso atrás de si. Então, Melog coloca as patas dianteiras em seu ombro e mordisca sua orelha. Catra solta um grunhido em reclamação, e se levanta, andando até seu armário e pegando uma roupa qualquer. Ela anda até a cozinha com Melog trotando ao seu lado. Chegando lá, Catra coloca a coleira e a guia em Melog, e então anda com ele até a porta.
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Dharma - Catradora
RomanceCatra, uma estudante de Direito em busca de mudar um velho hábito, segue o conselho de uma amiga e resolve praticar uma arte marcial. O que não esperava era encontrar em Adora, a filha do Mestre, seu Dharma. 𝙳𝚑𝚊𝚛𝚖𝚊 - 𝚘 𝚜â𝚗𝚜𝚌𝚛𝚒𝚝𝚘 𝚋𝚞�...