Amor e Ódio

25. Espantados

Hermione ainda estava em um gostoso limbo entre o sono e o despertar, quando sentiu leves dedos traçar uma linha delicada de seus braços descendo pela clavícula e indo até a curvatura de sua cintura.

Ela soltou um gemido matinal baixo ainda lutando contra o sono manhoso que insistia em deixar seus olhos fechados. Hermione coçou o rosto de forma inconsciente no travesseiro e soltou um bocejo, os dedos de Draco continuavam a acariciar sua pele.

A respiração de Draco ficou mais próxima de seu pescoço e só então ela sentiu que ele esmagou o corpo contra o dela anulando qualquer distância que havia entre os dois, ela sentiu ele sorrir contra sua pele e dar um leve beijo em seu ombro.

__A dor de cabeça passou? - ele perguntou em voz baixa.

__Passou - Hermione virou o rosto o suficiente para selar os lábios - Uma boa noite de sono sempre resolve tudo.

Hermione espreguiçou o corpo de forma inconsciente e sentiu uma leve corrente elétrica em si, quando seu corpo roçou contra o de Draco. Aquilo era definitivamente agradável.

__Quando será que Del e Rome voltam? - ela perguntou.

__Não sei, mas espero que logo, com nossa fuga Lucius deve ter reforçado a segurança tornando minha mãe quase inalcançável.

Hermione bufou, ela nem tinha o que falar sobre isso.

__Hermione - Draco envolveu sua cintura e passou uma perna por cima da dela enquanto ela apenas soltou um hum em resposta ao chamado - Seus pais, aonde estão seus pais? Eles não ficam preocupados com todo o risco que você corre?

__Meus pais não se lembram de mim - ela sentiu o coração apertar ao seu lembrar - Eu alterei a memoria deles assim que fugi com Harry e Ron, mandei eles para a Austrália para não correr risco sabe - seus olhos marejaram levemente  - Eles ficaram mais seguros sem saber que tem uma filha bruxa e em outro país.

__Eu sinto muito - ele não soube o que dizer - Sinto muito mesmo, deve ser difícil não ter seus pais pra conversar sobre o dia, ou dar conselhos. Eu nunca tive meu pai, mas minha mãe supriu a ausência dele. Mas você acha que quando isso acabar, pode restaurar?

__Talvez, vou pedir a ajuda do Senhor Weasley com um inquérito no ministério para restaurar a memória deles, se não conseguir - ela suspirou - Pelo menos eles estão felizes lá, e eu fico bem em saber que eles estão vivos.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, constrangido e sentida de mais para falar sobre algo, mas então Hermione de tocou no que Draco disse, sobre não ter ninguém para contar sobre o dia, ou falar sobre as coisas que aconteciam. Ela soltou um suspiro misturado com um riso sarcástico.

__O que foi? - Draco perguntou e se separou dela se sentando escorado na cabeceira da cama.

__Sabe - ela se sentou e se encostou na parede - Não é como se fosse muito diferente de antes - Draco o encarou com uma expressão confusa  - Meus pais são trouxas, por mais que me apoiassem no mundo da magia, eu não podia chegar em casa e falar pra eles como eu fui bem na matéria de Runas antigas e feitiços, ou como odiava adivinhação - ela suspirou fundo e baixou o olhar - Cada vez mais eu ficava distante deles, não tinhamos sobre o que falar, nossos mundos eram completamente distintos  - novamente seus olhos marejaram - Eu quase não ficava com eles mais, a Páscoa eu ficava na escola, metade das minhas ferias eu passava n'A Toca, teve uma vez no quinto ano que eu fiquei um ano sem vê eles - Draco arregalou os olhos  para ela - Era Natal, eu ia esquiar com eles, mas não cheguei nem a ve-los, peguei o Noitibus e vim direto pra cá, ficar com os meninos e os Weasley.

__Você praticamente trocou de família  - ele comentou.

__Quase isso - ela soltou outro riso irônico - É como eu disse, com o tempo não tinhamos mais nem sobre o que falar. Mas tudo bem, acho que meus problemas agora são outros.