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Anahi

─ Anahi? Filha acorda, se não você vai se atrasar para ir trabalhar meu amor. ─ minha mãe dizia enquanto abria as cortinas do quarto.

─ Mãe? ─ falei ainda com preguiça.

─  Você tem que acordar sua irmã, ela tem aula hoje. ─ ela falou saindo do quarto.

Levantei devagar e em seguida fui até o quarto da minha irmã Maite, eu tinha que ir trabalhar e mesmo assim me via obrigada a cuidar dela.

─ Bom dia dorminhoca. ─ falei abrindo as cortinas de seu quarto.

─ Não enche. ─ ela disse jogando uma almofada em mim.

─ Desse jeito você não vai chegar mais cedo na escola.

─ Aff, não posso dormir nem mais cinco minutos?

─ Não, mamãe quer você prontinha e eu também porque vou te levar.

─ Vai trabalhar hoje? ─ perguntou após se sentar na cama.

─ Vou, então levanta logo e se arruma.

Maite era difícil de lidar, uma vez ou outra estávamos sempre brigando. Pelo o fato dela achar que eu sou a filha preferida da minha mãe, isso causava muitas discussões.

Depois de tomar um banho e me arrumar, desci para tomar café.

Assim que cheguei na cozinha observei mamãe colocaras xícaras sobre a mesa, com todo cuidado ela havia deixado tudo pronto.

─ Bom dia mãe! ─ dei um beijo em seu rosto e sentei.

─ Bom dia filha, acordou sua irmã? ─ disse enquanto sentava a mesa.

─ Sim e espero que ela desça logo. ─ falei enquanto tomava um gole de café.

─ Seu tio disse pra não se atrasar, hoje ou amanhã ele disse que terá um novo ajudante na empresa.

─Ele disse de quem se tratava? ─ falei enquanto passava manteiga nas torradas.

─ Não, mas é um garoto novo. Você tem que estar lá para recebê- lo e dar as devidas instruções.

─ Tudo bem.

─ Bom dia filhota. ─ meu pai disse assim que entrou na cozinha.

─ Bom dia pai! ─ ele sorriu e em seguida deu um beijo em mamãe.

─ Cadê sua irmã? ─ ele perguntou ao se sentar conosco.

─ Ela já deveria estar aqui, mas acredito que ainda está se arrumando pra ir à escola. ─ falei.

Maite desceu as escadas com uma expressão de raiva, era seu último ano no ensino médio e ela não via a hora de tudo acabar.

─ Bom dia mãe. ─ ela disse sentando junto de nós.

─ Bom dia meu amor!

─ Filha, animada para o seu primeiro dia de aula no terceiro ano? ─ papai perguntou.

─ Sinceramente não.

─ Filha! ─ mamãe a repreendeu.

Continuamos comendo até que já estava quase na hora, depois de nos despedir de mãe e pai, Maite entrou em meu carro e seguimos pela estrada.

Comecei a me lembrar dos meus tempos no ensino médio, eu costumava escrever meus sentimentos em um diário.

Era libertador eu não tinha com quem desabafar e se soubessem de quem eu gostava, seria constrangedor.

Eu era apaixonada por um garoto do terceiro ano, ele nunca me deu bola mas eu era caidinha por ele.

Alfonso Herrera esse é seu nome, o garoto mais lindo e popular de todo colégio. As meninas eram loucas por ele e eu estava no meio delas, nunca o esqueci e até hoje lembro dele.

Nunca consegui evitar me perguntar o que ele poderia estar fazendo, já se passaram oito anos desde da formatura.

─ Anahi? ─ Maite disse me libertando de meus pensamentos.

─ Oi irmãzinha.

─ Já te disse pra não me chamar assim, enfim... no que estava pensando?

─ Isso não tem importância. ─ falei enquanto olhava a estrada.

─ Claro que tem, por acaso é algo que a mamãe e o papai não sabem?

─ Nada disso, apenas não quero falar sobre.

─ Você é uma chata. ─ ela disse voltando a colocar seus fones no ouvido.

Chegamos até o colégio onde Maite estuda, ela não percebeu que haviamos chegado por causa da música alta que ouvia.

─ Chegamos! ─ falei a cutucando.

─ E lá vou eu para mais um ano de tortura. ─ bufou.

─ É seu último ano, tem que ser especial.

─ Não tem nada de especial nisso, aliás não se vê outra coisa aqui.

─ Você tem dezessete anos, precisa tentar ver as coisas de forma positiva.

─ Eu não tô afim de ter essa conversa, então até mais irmãzinha.

─ Achei que não gostasse que eu te chamasse assim. ─ falei e ela saiu do carro, batendo a porta e indo até seu grupo de amigos.

Dei meia volta e segui a caminho da empresa do meu tio.

[...]

Peguei o elevador e parei em frente à minha sala, Zoraida a secretária estava em sua mesa atendendo um telefonema.

─ Bom dia Annie. ─ ela disse após desligar o telefone.

─ Bom dia Zoraida. ─ sorrimos e então meu tio saiu de sua sala.

─ Olá Annie, chegou cedo. ─ ele disse vindo até mim e me dando um beijo na testa.

─ A mamãe não deixa eu me atrasar, ainda mais que eu tive que levar a Maite pro colégio antes.

─ Entendi, seu dever como irmã mais velha.

─ Tio, soube que terá um novo ajudante. Quem é?

─ Ele está vindo daqui há duas horas, você poderá falar com ele. ─ eu assenti curiosa.

Duas horas depois...

Eu havia feito boa parte das minhas obrigações, tive que voltar na sala do meu tio para entregar os últimos papéis que faltavam.

Assim que entrei vi uma pessoa que eu achava que não voltaria a ver em minha vida, acabei soltando todos os papéis que se espalharam pelo o chão.

─ Annie, meu Deus. ─ meu tio disse e rapidamente seu ajudante veio me ajudar a recolher tudo.

─ Não foi assim que planejei o encontro, mas essa é minha sobrinha Anahi. ─ meu tio disse e ficamos nos olhando por longos segundos.

─ Olá. ─ falei por fim sentindo minhas bochechas corarem.

─ Esse é Alfonso Herrera, meu novo ajudante.

─ Prazer. ─ ele disse tocando minha mão e a beijando em seguida.

Eu estava frente a frente com o meu eterno crush do ensino médio.

Não consegui disfarçar meu nervosismo em ver ele tão perto, ainda mais pelo o que ele acabou de fazer.

Diário de uma Paixão (Ponny) Onde histórias criam vida. Descubra agora