O pintor triste

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Venâncio queria ser pintor. O sonho de Venâncio era pintar. Ele desejava que as pessoas o aplaudissem ou apreciassem sua arte. Porém, Venâncio, não conseguia pintar. Ele tentava pintar paisagens, mas não conseguia. Ele tentava pintar prédios e casas, mas não conseguia. Ele tentava pintar a natureza, os animais, aves, mas não conseguia. Venâncio ficava triste, achava-se inútil, incapaz. Ele era só e vivia sozinho, era uma pessoa calada, reservada e não tinha muita aproximação com outras pessoas. Era a sua dificuldade se relacionar com outro alguém ou até se comunicar. Venâncio não conseguia se comunicar oralmente e não não era hábil escrevendo, por isto nem tentava. Ele tinha muita vontade em si e muita inspiração para a arte. Ele tentava pôr para fora em telas, toda a vontade e sentimento que tinha. Venâncio era um homem intenso. Mas mesmo com tudo isto, ele não conseguia pintar. Porém, em tentativas frustadas de pintar a natureza, paisagens e animais, ele percebeu que estava tentando fazer pinturas belas, pinturas que transmitiam alegria, porém Venâncio era triste, sozinho e não conseguia pintar. Então, certa vez, ao se olhar no espelho, ele pôde ver seu reflexo, um reflexo triste, sua face era triste, caída, pele pálida, sem brilho, sem vida. Ele então teve uma ideia. Pôs-se na sala, pegou o pincel e começou a pincelar. Ele passou uma hora com o pincel na mão. Quando ele terminou, ficou um pouco alegre por ter conseguido pintar pela primeira vez, depois de tantas tentativas. Ele pintou a si mesmo, fez um autorretrato. Uma exposição de arte estava para acontecer no final de semana na cidade onde Venâncio residia. Ele ficou sabendo e resolveu expôr sua primeira pintura. Uma certa ansiedade o tomava acompanhada de uma certa satisfação e alegria por ter conseguido pintar seu primeiro quadro. O dia da exposição chegou e Venâncio levou seu quadro para mostrá-lo. Foi um triste momento para ele, pois os dirigentes do evento não o deixaram entrar e disseram que um quadro tão feio e triste não seria exposto e mesmo se fosse, não atrairia a atenção de ninguém. Venâncio ficou triste e resolveu voltar pra casa. Porém, quando ele partiu cabisbaixo a chutar o vento pelo caminho, ouviu uma voz doce e fina. –  Espere, senhor! – gritou uma mulher.
Venâncio se virou e ao se virar ficou estupefato! A mulher era tão linda quanto ele podia um dia já ter imaginado que assim o era uma mulher. – Deixe-me ver este quadro. – disse ela.
Ele mostrou seu quadro e ela ficou impressionada com tanta similaridade a ele. – Ficou tão bom! Igual a ti! Uma triste pintura, porém tuas pinceladas foram tão bem expressadas. Uma tristeza bela! – disse a mulher, fazendo gestos com as mãos e com uma voz de admiração.
Venâncio sorriu. Ela era a primeira pessoa a apreciar seu quadro. – Quero tua permissão para mostrar teu quadro numa exposição que farei em minha galeria. – disse a mulher.
Venâncio confirmou com a cabeça que permitiria. Três dias depois, o quadro dele foi exposto e Venâncio ficou conhecido como o "pintor triste". 

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