Agradável Noite

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O local escolhido pela morena foi uma boate inaugurada há pouco tempo e que pertencia a um amigo de Rogério Reis. Ela tinha dois convites especiais para a área VIP, que ganhou do próprio dono do lugar.

— Deveria imaginar que iríamos parar em uma boate — falou Renato.

— Mas é claro. Boa música, gente bonita, bebidas diversas... E sem esquecer que já sou maior de idade e posso beber à vontade, sem ter que aturar seus "pinotes".

— Sabe o que eu vejo? Músicas sem sentido, pessoas vazias e bebidas alcoólicas que só vão te deixar com uma terrível ressaca depois. — Ele teve que praticamente gritar no ouvido dela, pois o som estava ensurdecedor.

— Para de reclamar feito um velhaco! Vamos dançar! — Puxou o rapaz para a pista de dança.

O som da música contagiou o corpo da morena, que começou a dançar no mesmo ritmo. Seu vestidinho azul-marinho balançava discretamente junto com os cachos de seus cabelos castanhos.

Renato ficou parado bem na sua frente, de braços cruzados.

— Virou estátua?

— Eu não sei dançar esse tipo de música — falou.

— O que disse? — gritou ela, sem entender.

— Eu falei que não sei dançar esse tipo de música — berrou.

— É só mexer o corpo de qualquer jeito. Vai pelas batidas! — disse, perto do ouvido dele. — Não tem segredo.

— Ok!

Totalmente debochado, o ruivo começou a bater os pés no chão, como um soldado treinando a marchar, deixando os braços duros.

— Mexa os braços, homem — pediu ela.

E foi aí que ele praticamente começou a marchar de verdade. Hellen caiu na risada. Não sabia se o ruivo fazia de propósito ou se realmente não sabia dançar.

— Como estou? — perguntou ele, fazendo graça.

— Está mais duro que um robô. Pelo amor de Deus! Amoleça o corpo! — Gargalhava a morena.

A essa altura, algumas pessoas já reparavam no rapaz ruivo, alto e desengonçado.

— Todo mundo está olhando para nós!

— E daí? Ninguém me conhece mesmo. — E continuou com a dança.

Hellen não aguentava mais de rir. Seu estômago doía como se tivesse levado um soco. Pareciam dois loucos no meio da pista.

— Vamos beber alguma coisa, antes que eu acabe fazendo xixi nas calças.

A garota arrastou Renato de volta para a área VIP, tentando se controlar para não ter outra crise de riso.

— Você estava fazendo de propósito ou realmente não sabe dançar?

— As duas coisas. Mas confesse, a senhorita gostou do meu estilo!

— Foi a coisa mais ridícula que eu já vi. Engraçada e ridícula. — Respirou fundo para recuperar sua postura, — Vou pegar algo no bar. Quer alguma coisa de lá?

— Qualquer coisa que não tenha álcool, por favor.

— Certo, "garotinho da mamãe" — zombou a morena.

No bar, Hellen olhava o cardápio de bebidas, pensando em algo para si e para Renato. Distraída, não percebeu que uma figura alta e loira parou ao seu lado e ficou a observando por um bom tempo.

Meu Guarda-Costas (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora