- Louise precisa de dois banhos semanais para que não corra o risco de se prejudicar com os carrapatos que têm perto da sua casa - me abaixei para dar um beijinho na cachorrinha que estava na minha mesa e depois me levantei novamente. - Tome cuidado ao levá-la para passear e certifique-se sempre de que não há nenhum nela quando voltarem para casa; assim você evita gastos maiores.
Sorri para Rosie, uma das mães das minhas pacientes mais antigas, e a acompanhei até a porta, onde ela parou por um segundo com Rosie no colo e disse se virando para mim:
- Eu sei que é ousado da minha parte, e provavelmente muito sem noção, mas você pode pegar o número daquele homem para mim? - perguntou, com a voz trêmula.
Olhei para ela sem entender e então dei um passo pro lado, tentando enxergar quem ela estava vendo.
- Que hom...
Meu coração acelerou as batidas e a minha garganta secou. Senti aquele famoso frio na barriga e a perca da minha voz. Todos aqueles sintomas bobos frequentes em adolescentes apaixonados. Eu me sentia patética e ao mesmo tempo intrigada.
- Você pode? - Rosie voltou a perguntar.
Olhei para ela ao me lembrar de que ela ainda estava ali.
- Não, não posso - forcei um sorriso. - Vai contra os meus princípios como profissional.
- Mas...
- Até mais, Rosie. - Toquei em seu ombro dando um leve impulso para a frente.
Me virei de costas para a porta e soltei o ar que eu estava prendendo há tempos. Meu olhos se reviraram por costume e eu me forcei a voltar à mesa e recomeçar a minha ficha de pacientes. Mas é claro que "aquele homem" não estava ali à toa.
- É aqui que trabalha a profissional mais competente desta cidade? - sua voz rouca era inconfundível e estranhamente familiar agora.
- Não sei - respondi, levantando a cabeça para olhar em seus olhos. - Será que é?
Me levantei da cadeira apenas para fazer carinho em Charle, que estava ao seu lado - comportado como sempre.
- Ei, garoto! Como vai? - me abaixei e deixei que ele lambesse o meu rosto para depois o dar um beijo no focinho.
- Não muito bem... Andou reclamando... - Harry começou falando.
Me levantei com a feição séria e ao mesmo tempo preocupada. Eu o fitava sem nem perceber.
- Reclamando? De quê? - voltei a olhar para Charle, que parecia estar muito bem; ele balançava o rabinho e "sorria" para mim.
- De saudades de você. - Senti minha bochecha corar ao ouvir aquilo.
Respirei fundo e me afastei dos dois. Eu não podia deixar com que Harry me visse envergonhada.
- Bom, neste caso não há nada que eu possa fazer. - Coloquei meus óculos de grau e outra vez voltei a me sentar.
- Há sim... - Ele se aproximou da minha mesa e ainda segurando a coleira de Charle, se abaixou para ficar na minha altura e disse: - Me perdoar. Aceitar as minhas desculpas e então sair comigo para um jantar.
- Não tem por que eu fazer isso; não nos conhecemos. - Desabafei.
- Mas eu quero te conhecer, e é exatamente por isso que eu estou aqui.
Ele se levantou e olhou para o Charle, que ainda balança o rabo. Harry soltou a coleira e se aproximou ainda mais de mim, ficando do mesmo lado que eu da mesa. E foi quando eu achei que não podia piorar que ele se ajoelhou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Creature | H.S
FanfictionVocê acredita que um cachorro é capaz de formar uma linda história de amor? Nesta fanfic isso é possível, sim. Mas infelizmente ele não tem o poder de fazer essa relação durar. Só depende de Harry e Margot para que isso seja possível. Mas não se es...