Capítulo 3

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- Então, o que vamos levar para a casa do Tommy? - Sophie perguntou, parada em frente ao corredor da sessão de frutas.

Viemos ao mercado comprar algumas besteiras para a noite de filmes na casa do nosso amigo Thomas. É uma tradição nossa desde sabe se lá quando. Quem fica encarregado das comidas sou eu e a Sophie. Thomas fica responsável por escolher os filmes. E apesar de não parecer, essa é a parte mais importante. Até porque, do que se vale comidas boas com filmes ruins? Não tem lógica e é isso o que faz das nossas noites de filmes tão especiais: a perfeição em cada detalhe.

- Que tal comida mexicana? Da ultima vez foi italiana, então acho uma boa. — Respondi, dando de ombros.

- Certo. - Ela passou os olhos por todas as frutas e depois voltou a olhar para mim. - Busque os doritos e eu escolho os abacates. Já tenho em mente a receita de hoje.

Fiz como ela pediu e saí em busca do salgadinho. Peguei cinco pacotes e hesitei antes de pegar mais um. Rachel, que eu esqueci de citar, também nos acompanha junto do namorado. Então é bastante gente. Gente que sente muita fome. Mais nunca é demais. Por isso que peguei mais dois e coloquei todos na cestinha; essa que estava para ceder por estar extremamente cheia.

Voltei para onde Sophie estava e notei que suas mãos ainda estavam vazias. Como pode alguém ser tão lento para escolher as coisas? Com ela é assim. Se vamos à feira, eu tenho que reservar o meu dia todo pelo simples fato de ela levar meia hora para escolher uma, não duas, maçã.

— Deixa comigo — falei, entregando a cestinha para ela e tomando sua frente na banca.

Não demorou muito para que eu tivesse a quantidade necessário de abacates para fazer o guacamole.

Enquanto andávamos em direção ao caixa, meu celular tocou e eu, ansiosa, o peguei no meu bolso às pressas com uma ponta de expectativa a pairar sobre mim.

Parei de andar e ainda com os olhos fixos na tela, senti o peso do olhar de Sophie sobre mim.

— Quem é? — perguntou, entregando sua curiosidade pela voz.

— Ninguém importante...

— E ninguém importante não pode ser respondido enquanto passamos as compras? Tem mesmo que parar no meio do mercado para respondê-lo?

Suspirei pesadamente. Eu não conseguia me concentrar em desbloquear o celular e ouvir Sophie falar ao mesmo tempo. O que demonstrava como eu estava nervosa. E eu sequer sabia por quê. Ele é só um cara, não tem nada demais. Quer dizer, nada que eu saiba além da sua beleza de outro mundo. Mas beleza não se põe à mesa. Pode ser que ele não passe de um rostinho bonito e um corpo em forma.

Harry Styles:

Onde você está?

Não que seja da sua conta, mas eu estou no surpermercado.

Qual supermercado?

Aquele pequeno, você não deve saber qual é...

O que fica em frente ao parque?

Bom, sim, ele fica em frente a um parque. Mas têm tantos parques... Pode ser qualquer um.

É verdade.
Mas o que estou falando fica ao lado de uma farmácia com a faxada roxa.
É esse?

Travei ao ler sua última mensagem. Como ele podia estar tão perto de mim justo no dia em que vamos nos encontrar para ir à loja comprar a camiseta? Seria coisa do destino ou pura coincidência? Eu estava absurdamente maluca. O que me levaria a pensar que ele está me seguindo? Não é possível.

Sweet Creature | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora