Capítulo 26

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CAPÍTULO 26

POV MACARENA

Abri a porta e antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa ao ver aquela visão ali, encostada, assisti a visão avançar em mim.

Não consegui pronunciar nenhuma palavra, nem teria dado tempo, ainda que eu tivesse tentado. Senti os lábios de Bárbara tão firmes aos meus e as mãos firmes em meu rosto, que posso jurar ter sentido o coração aos pés e a perda dos sentidos no momento em que todas as sensações explodiam dentro de mim.

Puxei-a para dentro do apartamento e a abracei-a firme, temendo que alguma coisa pudesse nos tirar do universo que criamos, onde era apenas nós. Fechei a porta em urgência, na vontade de tê-la da forma mais rápida possível, hoje mais do que nunca, eu não pararia.

Nossas mãos queriam nossos corpos, nos tateávamos de forma urgente, ofegante, como de quem sabe o que quer, mas não sabe ao certo o que procura, com fome de descobrir cada detalhe. Eu queria senti-la e deixa-la ciente de minha vontade, do tanto que eu pertencia aquele desejo e do quanto aquilo não era nem um pouco racional.

Ficamos um tempo incontável perdidas em nós, descobrindo a forma de nossos beijos, encaixando nossos corpos, misturando os cheiros, os cabelos, as respirações, era tão intenso quanto como a primeira vez que a beijei ou quase como a primeira vez que a vi e queria descobrir tudo sobre ela. Eu queria Bárbara.

Nos separamos por alguns poucos segundos, na busca de algum ar para respirar e assim dar descanso aos nossos pulmões, ainda que os corpos gritassem por outra coisa. Bárbara não disse uma palavra, me conduziu ao quarto, sem tirar os olhos negros dos meus, sem me deixar nenhuma reação humana o suficiente a tudo aquilo. Sentia meus pés flutuar, como se não tivesse controle do meu próprio corpo ou dos meus movimentos, como se seguisse apenas os meus instintos diante da maior das minhas vontades.

Chegamos ao quarto e sentamos na cama por alguns instantes, ainda sem retirar os olhos uns dos outros, quase em contemplação uma da outra, aproveitando-se da vista particular que ali estava só para mim.

Bárbara era ainda mais bonita a meia luz.

Era a única coisa que conseguia pensar.

Os olhos escuros, os cabelos que mais pareciam emoldurar o rosto de traços finos, a boca tão tão tão bonita que sozinha, me causava os mais doidos arrepios da vida.

Passeei com minhas mãos pelo seu rosto, precisava tocá-la mais uma vez, tentando acalmar a respiração e confirmar se realmente não estava caindo em algum rodeio de minha própria imaginação. Bárbara retirou uma das minhas mãos de seu rosto e beijou-a ternamente:

- Te quiero – falou quase em sussurro

Pude sentir a respiração falhar dois ou três segundos e um arrepio singular atingir a lombar.

- Repete – falei

E da forma mais bonita, ela repetiu:

- Te quiero, Macarena.

Com o mínimo de forças que ainda restavam em meu corpo, retirei sua blusa devagar, deixando parte de seu corpo a mostra. Fiz tudo tão lentamente tentando controlar-me o máximo possível para não perder nenhum segundo de tudo aquilo, em uma tentativa de gravar cada detalhe dela na mente, para que nada daquele dia fosse esquecido.

Num impulso, Bárbara soltou meu roupão, lentamente, parecendo uma tortura estranha, dessas em que gostamos de estar.

Apoiei seu corpo no colchão e retirei sua peça de roupa restante devagar, lentamente. Observei seu corpo, cada detalhe. Os contornos, as pintinhas, os movimentos lentos que ela fazia na tentativa inútil de algum controle, o bronzeado leve...

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