Peter - A festa no Sparks

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Chega então o dia da festa. Tomo banho, me arrumo de maneira não tão chamativa: short jeans nunca passando do joelho, camiseta totalmente preta com um minúsculo símbolo no peito esquerdo e um boné preto da CK. Dispenso tênis e vou de chinelo mesmo, coloco meus dois cordões e meu relógio, passo um pouco de perfume e estou pronto. Resolvo ligar para o Josh.

- Peter? - Ele parece animado até demais.

- Oi, estou de saída. Ok? - Tento parecer animado também.

- Ótimo, não quer mesmo que eu vá buscar você?

- Não é tão longe, não precisa. E eu quero caminhar um pouco. Até logo.

- Até...

E realmente não era tão longe da minha casa para a do Josh. Chego rapidinho. Ele abre a porta e está um arraso, sempre estravagante e estiloso ao mesmo tempo: short branco rasgado - acredito que vi até a cueca dele -, uma camiseta pink bem clara e cheia de brilho, algumas pulseiras no braço direito, um tênis branco lindo e um boné branco na mão com as cores LGBTQI , porque não queria assanhar o cabelo recém lavado.

- E então? - Pergunta Josh.

- Você está um arraso, de verdade.

- Fofo. Você também. - E me abraça. - Vamos? A gente vai passar na casa da Bia. Aquela vaca se atrasou e ligou pedindo que a gente passasse lá.

A Bia estava muito gostosa. Ela é muito gostosa. Usava um vestido vermelho justo e um batom da mesma cor, salto preto e seu cabelo estava preso num rabo de cavalo que a deixava muito sexy.

Chegamos no Sparks um pouco cedo, mas o lugar parecia já estar lotado. Josh pega umas bebidas pra gente - ele meio que tem um rolo com o barman - e começamos a beber. O bom de festas como as do Sparks, é que você pode ser você mesmo. Ninguém se incomoda ou tem algum tipo de preconceito, por isso o público maior é o Lgbtqi+ . Não é exatamente como se fosse uma parada gay, mas é quase.

Josh, Bia e eu nos levantamos e fomos para a pista dançar. A gente bebia e dançava muito - eles, mais que eu. Me senti cansado e falei que ia me sentar um pouco e que eles podiam continuar.

Sento e peço uma água com gelo. Ao tomar, olho em volta e foco em um cara uns 10 metros de mim e me sinto estranho, como se já tivesse o visto. Ele vem na minha direção e eu rapidamente desvio o olhar. Chega mais perto e mais perto... Nem percebi que estava fechando os olhos. Uma voz doce surge por trás de mim:

- Fala, David. - É uma voz atraente para caralho - A de sempre, por favor.

- Claro, Jason. É pra já!

De repente, sinto um toque em meu ombro esquerdo e meu coração começa a acelerar, mas era só o Josh, me convidando a voltar para a pista de dança.

- E-eu estou indo. - Não conseguia me concentrar com aquele cara do meu lado.

- O que foi, Peter? - E olha diretamente para o cara alto da voz doce, do meu lado - Você está estranho. - Franze o cenho.

- N-não é nada... - Desde quando virei gago? - Vamos, vamos...

E saímos do alcance do gostosão atraente. Mas, antes de sairmos do seu campo de visão, dou uma rápida olhada para trás e lá está ele, calmo com sua bebida, até que levanta como se me oferecesse um brinde e, porra, sorri...

Foda e ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora