Jason

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Nunca entendi qual a desse pessoal todo certinho que não sai de casa, fica enfurnado dentro de um quarto lendo livros ou assistindo séries ou então pornô - na verdade, a parte do pornô eu entendo.

Eu gosto é de me sentir livre, dono de mim mesmo, beber até quase não lembrar mais onde moro, beijar qualquer boca acessível naquele momento, fumar, transar, ser eu mesmo.

Houve um tempo aí que eu era a pessoa certinha e cafona, confesso. Houve um tempo também que eu amei alguém de verdade - talvez a única vez que amei -, mas, não deu tão certo quanto eu achei que ia dar. Aí eu me tornei esse ser de pedra que vive talvez de superficialidade e busca preencher os vários vazios que me rodeiam; com álcool, drogas e sexo. Para quê mais? Estou ótimo assim. Se melhorar, estraga.

Estou no auge dos meus 30 anos de idade e a única falta que sinto é a dos meus pais que já se foram, do litro quando seca e da carteira de cigarro quando vejo que está vazia.

Trabalho na droga de um supermercado e o que ganho dá para me manter, porque não consumo coisas caríssimas nem visto roupas de marca. Apesar da simplicidade, me acho atraente alguns dias da semana.

Quase não fico em casa. Pulo de bar em bar, casa de amigos, familiares. Sou ótimo para fazer amizades - dizem que tenho muita lábia, mas isso é calúnia - e gosto muito de falar.

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Sábado é dia de balada e que bom que economizei uns trocados. Vou poder me divertir esse final de semana também. Ia dizer que a última vez que fiz isso fazia um bom tempo, mas foi final de semana passado, então deixa para lá.

Recebi algumas mensagens perguntando se eu ia, aliás. Respondi que sim, claro. Eu, perder? Só se algo bem inusitado acontecesse. Mesmo assim, olha, sou bem teimoso...

Foda e ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora