🏅Finalista do Prêmio Wattys 2022 | Categoria Fanfic 🏅
Elizabeth Jones não demorou a conseguir um estágio logo que se formou em Poções. A oferta de seu padrinho, Dumbledore, diretor de Hogwarts, não tirava o mérito de ser uma jovem muito inteligent...
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"And I'm in the throes of it, somewhere in the belly of the beast."
Various Storms & Saints — Florence and The Machine.
Elizabeth aproveitava de um momento de tranquilidade após a noite que passara com Snape. Depois de tantas complicações e descobertas chocantes, era reconfortante ter os braços de alguém ao seu redor de uma maneira mais íntima, era alentador ter certeza de que Snape a desejava tanto quanto ela o queria. Ainda assim, tinha muita consciência do risco que era se envolver com ele, e sabia também que se relacionar com aquele homem era como pisar em ovos. Precisava ter cuidado constante para não o afastar de si.
Numa noite, seguiu para o laboratório, onde trabalharia sozinha até que Snape retornasse da aula de Oclumência. Sabia que Potter vinha tendo dificuldades com a prática e por isso Snape passava longas horas com o garoto em seu escritório.
Sozinha ali, pôde pensar um pouco mais sobre o sonho estranho que havia tido algumas noites antes. Observava suas próprias mãos que cortavam os ingredientes enquanto relembrava as cenas. Desde que descobrira sobre a profecia, tinha alguns sonhos confusos, alguns medonhos. Mas todos eram turvos, nunca conseguia lembrar deles com precisão; às vezes até mesmo se perguntava se tinha sonhado de verdade. Aquele último sonho, entretanto, estava muito nítido em sua mente, embora não conseguisse dizer o que significava.
O estrondo da porta batendo a expulsou de seus devaneios. Snape adentrava o laboratório lívido de raiva; o rosto pálido e suas mãos fechadas em punho. Elizabeth o encarou assustada e com o coração batendo descompassado pelo susto.
— Perdoe-me — disse ele após respirar fundo. — Não pensei que ainda estaria aqui a essa hora.
— Quis esperar por você. — Incerta, ela abaixou a faca sobre a bancada.
— Não precisava.
— Quer que eu vá embora, então?
— Não.
— Quer conversar sobre o que aconteceu?
— Não.
Ele caminhou até à própria bancada enquanto Elizabeth respirava fundo. Podia notar no tom dele, além da raiva por algo que não sabia, a insegurança e surpresa ao encontrá-la o esperando. Realmente já passava da hora em que normalmente deixava o laboratório, mas queria vê-lo mais uma vez naquele dia, agora com privacidade.
Reconhecendo que aquele não era o humor mais adequado do professor, ela decidiu que o melhor a se fazer era deixá-lo sozinho. Acrescentou o ingrediente picotado à poção e a mexeu algumas vezes antes de finalizá-la. Enquanto limpava seus utensílios, ouviu Snape dizer:
— Montague se entalou no vaso do banheiro.
Elizabeth, que estava de costas enquanto lavava o caldeirão, virou-se para ele em silêncio, se questionando se aquilo era motivo o suficiente para deixá-lo tão transtornado.