4. Infiltrada

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Autora falando:

Esse capítulo tem ponto de vista das duas, porque a dinâmica dos fatos pedia isso. Começa com Catra e depois vai para Adora (e tem um terceiro POV no final, que não posso explanar muito hauhauh). Estamos chegando na reta final, e, teoricamente, esse seria o penúltimo cap. Mas, já escrevi o próximo e ele está enorme, sendo que nem conclui o enredo. Então, provavelmente teremos um sexto, ainda estou pensando. No mais, boa leitura <3


Fim da autora falando


* * * * *


'O que diabos está acontecendo com a Adora hoje?', era a única frase que o cérebro de Catra conseguia processar enquanto a outra mulher segurava seu rosto tão firmemente.

Nunca foi fácil superar a distância que se formou entre elas quando saiu do orfanato. Nunca foi fácil alimentar a ideia de que, talvez, nunca mais a encontrasse. Nunca foi fácil, depois de revê-la, fingir que podia voltar a ser sua melhor amiga sem querer tentar algo mais.

Ao tomar tais atitudes e tocá-la tão gentilmente, Adora só tornava a resistência ainda mais difícil. Perdera as contas de quantas vezes sentiu seu corpo arrepiar-se aos toques dela. Em alguns casos, de tanta dor que quase a fizera desmaiar de novo, mas, em outros, de uma necessidade latente, de anos e anos de espera por algo que até hoje não sabia direito definir.

E lá ela continuava, a encarando com os olhos azuis mais hipnotizantes que vira em toda sua vida, segurando seu rosto com as mãos mais ansiadas pelo seu corpo. Por todo o seu corpo. Não sabia, inclusive, que era possível senti-lo pulsar de dor e desejo ao mesmo tempo até o momento em que precisou tirar a blusa...

Foco. Precisava manter o foco.

Fechou os olhos e soltou a respiração que segurou por mais tempo que o normal.

– Se for pedir para eu ir para a Aliança, nem tenta... Sabe que não tenho chances... – Sua voz era cansada e frustrada.

Aproveitou que a outra a soltara para encostar a cabeça na parede mais uma vez e reabrir os olhos na direção do teto.

– Não é isso. Não... Exatamente. Acho que poderia me ajudar com algumas informações de dentro da Horda para conseguirmos enfraquecê-los.

– Que? – Catra perguntou entre uma risada breve. – Hoje você não está fazendo sentido nenhum...

– Escuta primeiro – a voz de Adora ainda era determinada. – Consegue para mim a localização das bases, os dados sobre a quantidade de soldados em cada uma, o acesso à área de mantimentos e munições, essas coisas. Em troca, eu te ajudo a ganhar cada vez mais a confiança do Mestre da Horda.

– Como, gênio? – Agora virava o rosto na direção da mais velha, ao seu lado esquerdo, e arqueava uma das sobrancelhas de modo desafiador.

– Convenço a Aliança a ceder alguns dos nossos territórios para a sua equipe. Claro, vai ser temporário e vamos tirar os sobreviventes para que ninguém os maltrate. Assim, você prova seu valor, garante sua liderança com a aprovação do Mestre da Horda e consegue se infiltrar cada vez mais até descobrirmos como chegar ao esconderijo dele e colocar um ponto final nisso. E na hora da luta, você terá toda a Aliança ao seu dispor. – A loira disse sem pausas, gesticulando descontroladamente.

Uau... Realmente passou um bom tempo pensando nisso, princesa. Quando você mexe muito as mãos assim é porque a ideia ficou, pelo menos, umas duas semanas borbulhando aí dentro dessa cabecinha loira... – Sorriu de canto para a amiga.

Experimento Apocalipse (Catradora)Onde histórias criam vida. Descubra agora