Capítulo 4 - Coragem

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Primeiro dia de aula. Cedrico Diggory já começava a sentir dor de cabeça só de pensar nos deveres de casa no meio do caminho à casa. Ele morava há vinte minutos da escola, não era um percurso longo e nem perto e às vezes, agradecia pela distância porque assim poderia praticar caminhada, nem que fosse ir e voltar da escola.

Entrou no quarto: paredes pintadas de branco, na parte superior e verde na parte inferior, as duas cores divididas ao meio. Colocou a mochila no canto, perto da porta. Andou até a escrivaninha, abriu a última gaveta da mesa de estudos e retirou de lá, uma caixa verde com listras pretas.

Abriu a caixa e tirou aos poucos, fotos dele e de um garotinho de cabelos rebeldes e olhos verde-esmeraldas. Na época, Cedrico tinha cabelos castanho-claros, mas ao entrar na adolescência a cor foi escurecendo, agora era de um belo chocolate ao leite de um marrom escuro.

—Harry não mudou nada.

Cedrico falou. Ninguém estava em casa, além dele. Ambos seus pais trabalhando, seu pai era um funcionário público e sua mãe arquiteta. Logo ninguém ouviria e chamaria sua atenção.

A foto foi tirada no parque; o pequeno Cedrico sorria segurando um pedaço de algodão doce azul enquanto Harry estava com um dedinho na boca — lambendo o sabor do doce — enquanto que a outra mão estava ocupada com o doce rosa. Na época, Harry tinha dez anos e o outro onze anos.

— Tão fofo.

Ele divagou mais um pouco até estar imerso no momento da foto.

" — Hmmmm! — o pequeno Harry murmurou — Delicioso esse algodão! Parece que estou comendo nuvens rosas!

— Sim ! — concordou Cedrico.

As duas crianças estavam sentadas no banco de madeira desgastada. O dia foi eufórico para os dois, brincaram de muitas coisas e se divertiram muito. Harry estava vestido de uma camisa vermelha simples e uma calça branca enquanto Cedrico, uma camisa xadrez azul com um colarinho branco e calça preta.

Ambos balançavam os pezinhos, depois de comerem os doces foram brincar mais um pouco e seus pais conversavam sobre o preço dos alimentos e essas coisas desinteressantes para as duas crianças. Estas já estavam no local onde tinha bastante árvores a fim de brincar de achar pedrinhas entre as plantas e no chão, quando Harry disse:

— Ced! Eu esqueci o potinho! Eu vou ir lá buscar, volto num minutim!

— Harry depois você pega, vamos achar os nossos 'tesouros' antes... — Cedrico agarrou o braço do outro.( As duas crianças chamavam as pedrinhas de tesouros; crianças sempre tem uma imaginação colorida.)

— Não, eu volto rapidinho! Vai achando enquanto isso, Ced!

— Tá — murmurou um Cedrico emburrado por ter sido deixado sozinho.

Pegou um graveto qualquer e começou a riscar no chão, ainda agachado, viu pedrinhas ali e lá. Começou a pegá-las e juntar las aos montinhos na mesma área. Levantou-se e foi catar mais para frente. Estava tão absorto desempenhando a tarefa que não percebeu a aproximação de dois garotos.

— Crabbe, olha quem é: o filho dos Diggory que tem medo de pombo! — O garoto que acabou de chegar disse.

Cedrico arregalou os olhos e ficou de pé rapidamente. Iria rebater (novamente) que não tinha medo dos animais, o que era uma grande mentira, mas então lembrou das palavras de Harry. Lembrou das palavras de seu amigo. Fechou os punhos e girou seu corpo, encarando os outros dois com olhar de determinação e falou:

— E daí? E daí que tenho medo de pombos? Todo mundo tem medo de alguma coisa!— Respirou fundo, odiava estar em discussões e brigas.

— Nós não temos medo de nada.— Goyle rebateu— Além disso, ouvi dizer que quem tem medo de pombo é um fracote!— um sorriso de divertimento estampava no rosto dos garotos, gostavam muito das reações que o filho dos Diggory dava.

Hedric- PombosOnde histórias criam vida. Descubra agora