Capítulo 2 - Melissa

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No dia seguinte, comecei a anotar tudo que eu comia ou bebia e tratei de agendar os exames solicitados pelo médico.

Precisava ligar e saber como ficaria a questão do carro, eu dependo demais do meu vermelhinho, não posso ficar sem ele.

Peguei o celular e salvei o número dele nos meus contatos. Apertei o botão para chamar, mas desliguei ao som do segundo toque.

Pelo amor de Deus, a adolescente que mora dentro de mim, precisa parar com essas gracinhas, afinal eu já havia passado dessa fase há tempos.

Minhas mãos estavam suando e eu não estava entendendo o motivo.

Ele era um cara lindo? Confere.
Mas era também o barbeiro gostoso que precisava consertar o estrago que tinha feito no meu lindo carrinho.

Disquei novamente e adivinha? Sim, eu desliguei.

Dessa vez, desliguei antes de finalizar o primeiro toque.

Me arrumei e fui pro escritório, lá eu  teria um monte de coisas pra fazer, provavelmente acabaria esquecendo de comer, e pior, das benditas anotações do médico, enfim, só mais um dia normal.

Meu telefone tocou e eu atendi sem ao menos olhar o identificador de chamadas.

- Melissa? – Eu congelei. Aquela voz, eu conhecia aquela voz.

- Alô? Tem alguém ai? – A voz insistiu.

- Sim, sim eu estou aqui. – Mas preciso me fazer de difícil – Quem está falando?

- Dr. Rodrigo, digo Rodrigo – Ele se corrige. - Você pode falar um momento?

- Ah sim, claro! Doutor, quer dizer, Rodrigo, eu estou entrando em uma reunião, não posso falar agora, é urgente? – Menti descaradamente.

- Que reunião? - Ouço o pessoal do setor me questionar e devolvo um olhar de fúria para eles.

- Ah então, tudo bem, não quero te atrapalhar. Posso te ligar mais tarde? É sobre o carro. – Ele afirma.

Meu Deus, como a voz dele é sedutora, mesmo naquele maldito aparelho colado em meu ouvido.

- Preciso ir, mas te retorno assim que eu puder falar, ok?! – E encerrei a ligação.

Todos na sala me olharam cobrando uma explicação e eu disse que estava apenas fugindo de uma ligação indesejada.

Mal sabia eles que eu estava era excitada demais com aquele telefonema.

As atividades no escritório só aumentavam e como não consegui sair para almoçar, resolvi pedir um refrigerante e um lanche do restaurante que fica perto da empresa.

Claro que aquela bomba calórica me fez super mal e como consequência pela refeição inapropriada eu estava gemendo de dor de cabeça e estômago. Fruto de comer besteira e completamente fora de hora.

Parabéns Melissa, você está cada vez melhor.

Saí do escritório, fui visitar uns clientes e acabei fechando dois grandes contratos que realmente salvariam nosso mês e nos daria uma folga vantajosa.

Isso não fazia parte do meu serviço, mas sempre que a diretoria solicitava eu acabava indo, pois me dava bem nas vendas.

De volta a empresa, reorganizei alguns compromissos para a semana seguinte. Orientei a equipe quanto as necessidades de agilizarmos tudo para a próxima semana e finalizei o dia com as minhas benditas planilhas da diretoria.

O dia foi tão corrido que eu decidi jogar tudo pro alto e chamar a Paulinha pra ir comer alguma coisa. O que estava ruim não poderia piorar, poderia?

Preciso me distrair um pouco e como ela sempre diz, a sexta-feira é o melhor dia da semana. Tenho que concordar!

Tomei banho, me arrumei e resolvi investir em um visual um pouco mais ousado. Abusei da maquiagem, prendi os cabelos em um rabo de cavalo bem alto. Coloquei um vestido que caia delicadamente nas minhas coxas e uma sandália daquelas que a gente se sente a poderosa.

Não sou muito alta, tenho cerca de 1,65cm, porém, meus cabelos são longos e loiros. Me considero a normal do grupo. Agora a Paulinha, aonde ela chega todos os olhares são voltados para ela.

Paulinha tem um corpo lindo que se encaixa em qualquer roupa, cabelo castanho até a cintura, olhos azuis, cerca de 1,70cm, e uma pele tão clarinha. Não tem como os homens não olharem para minha amiga. E muitas vezes as mulheres também, mas a Paulinha já me garantiu que não joga nesse time.

Nos tempos de escola os meninos se jogavam aos pés da Paulinha que era uma garota terrível, eu tinha dó dos coitadinhos.

Já eu ficava chupando o dedo ou servia de vela nos encontros escondidos da minha amiga.

Crescer ao lado da Paulinha não foi muito fácil nesse ponto.

Até hoje ela joga sujo no lance da sedução, enquanto eu mal sei começar uma conversa.

É engraçado como somos totalmente diferentes e isso nos completa.

Esta noite, por algum motivo que eu desconheço, eu quero estar linda e não vulgar.

Agora preciso ir, já estou atrasada! O Taz Mania que habita na Paulinha vai me matar.

Hoje sairemos em trio, Paulinha, eu e a minha amiga dor de cabeça, mas algo me diz que essa noite promete.

Hoje sairemos em trio, Paulinha, eu e a minha amiga dor de cabeça, mas algo me diz que essa noite promete

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O Médico dos Meus Sonhos (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora